04 Janeiro 2009
Domingo da Epifania do Senhor – Ano B
Todos recebem a mesma herança
Ef 3,2-3a.5-6
Entre todas as orientações que o Concílio Vaticano II encaminhou ou pôs em relevo, uma das mais importantes e significativas é indubitavelmente o apelo à unidade fundamental da família humana (cf, por ex., GS 24; 26; 27). Este é o sonho de Deus e que, por sinal, nós também tomamos como nosso, porque o apelo da unidade deve sempre aquecer o nosso coração como um sonho ou meta que queremos atingir um dia.
A humanidade tende a um universalismo até agora nunca atingido e que produzirá um novo tipo de homem, cuja cultura não será mais limitado à da sua civilização e cujos meios técnicos serão património de todos. Este dinamismo impressionante é tão característico da esperança contemporânea, que os que manifestam exclusivismo racial, nacional ou cultural são considerados ultrapassados. Interessante como o Apóstolo Paulo, se refere ao mistério de Cristo, como uma realidade oferecida a todos. A salvação de Deus é para todos. Por isso, todo o exclusivismo, todo o narcisismo e toda a altivez perante os outros redundam num absurdo muito grande perante o acontecimento de Deus.
Israel recebeu a missão de reunir todos os povos na descendência de Abraão e de realizar assim a promessa do universalismo. Israel acreditou, erroneamente, poder formar essa unidade com certo numero de práticas particulares: a lei, o sábado, a circuncisão. Só a fé de Abraão teria sido capaz de reunir todos os pagãos, e os judeus não souberam desligá-la das suas práticas legais.
O anúncio de um novo povo de Deus, de dimensões universais, prefigurado e preparado no povo eleito, realiza-se plenamente em Jesus Cristo, para quem converge e que recapitula todo o plano de Deus (Ef 1,9-10). Nele, tudo o que estava dividido encontra de novo a unidade.
Convocando os magos do Oriente, Jesus começa a reunir os povos, a dar unidade à grande família humana, que se realizará plenamente quando a fé em Jesus Cristo fizer cair as barreiras existentes entre os homens, e na unidade da fé todos se sentirão filhos de Deus, igualmente redimidos e irmãos.
povo é a Igreja, comunidade dos que crêem; ela realiza e testemunha, através dos séculos, o chamado universal de todos os homens à salvação, pela obra unificadora de Cristo. É significativa a visão final do Novo Testamento (Ap 7,4-12; 15,34; 21,24-26): uma multidão de raças, povos e línguas, que saúdam a Deus, orei das nações, e que habitarão a nova Jerusalém, onde a família humana encontrará a unidade.
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