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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Comentário à Missa do próximo Domingo

Domingo XXXII do Tempo Comum
8 de Novembro de 2009
Dar e dar-se
Dar coisas é fácil. Mas, mais importante do que dar coisas é preciso dar-se. Este é o grande desafio que as leituras da missa deste domingo nos lançam. Aquele que dá do que lhe sobeja, nada lhe custa, porém, o que dá nas suas necessidades, é mais custoso e parece que diante de Deus tem mais valor.
Os escribas de antes e de agora, gostam de destaque social e de muitas palmas, depois das benesses que vão fazendo. Nada disso Jesus valoriza, para grande desconcerto destes grandes. Antes Jesus faz sobressair e valoriza a atitude do pobre que dá, embora dê pouco, mas fá-lo com interioridade e discretamente. Quantos exemplos destes encontramos pela vida fora.
Não vamos deixar de salientar que felizmente encontramos pessoas que têm muitos bens e praticam dádivas com generosidade e discretamente, mas outros há que desejam ser bajulados e paparicados porque deram alguma coisa. O desprendimento não é um valor fácil de se viver. Outra grande multidão de gente, na sua penúria sabe governar a sua vida de tal forma que chega para si e para os seus e ainda lhes sobra para partilhar. Uma certeza há, a quem muito dá, nada lhe falta. Deus é assim.

2 comentários:

maria teresa s. t. góis disse...

Desprender-se é desistir de algo, desligar-se, desapegar-se.Numa época de consumismo selvagem a partilha/desprendimento é quase um valor utópico visto que a maioria dos nossos desejos se relacionam no filme da nossa vida:passado,presente e futuro.Não sendo obsessivos desistiremos do apego e entramos na energia universal que passa pela presença e necessidades do outro.Não é fácil mas é possível.Sobretudo se "o nosso coração for tocado pelo mistério"!

José Ângelo Gonçalves de Paulos disse...

Havia aquele aforismo "quem dá aos pobres empresta a Deus". Durante muito tempo esta caridadezinha temperou a filantropia da igreja. Mas, apesar de tudo, houve um papa Bento XV que disse "a verdadeira caridade era a política". O papa Paulo VI disse que a "política é a arte nobre de governar os povos" Não é preciso ser marxista para compreender os problemas do mundo actual no que que concerne ao desemprego, falta de comida, moradia, saúde e sanidade. A própria natureza está a ser vítima deste desejo selvático de cobiçar tudo e todos. Talvez, os que não estão no poder ou que tenham menos meios de partilha são os que comungam mais com a dor alheia e compartilham com os mais deserdados. Aqueles que D.Helder Câmara dizia que não tinham nem voz nem vez. "O mundo está cada vez mais mundo" Precisamos, urgentemente, de um "um novo céu e de uma nova terra"