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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

José Tolentino Mendonça

José Tolentino Mendonça é o vencedor do Prémio Literário da Fundação Inês de Castro 2009. No terceiro ano em que é atribuído, o prémio distingue a obra “O viajante sem sono”, publicado no final do ano 2009 pela Assírio & Alvim, de José Tolentino Mendonça.
Poeta, sacerdote e professor, José Tolentino Mendonça nasceu em 1965, na Ilha da Madeira. Doutorado em Teologia Bíblica, em Roma, volta para Lisboa e nesta cidade, torna-se capelão e docente da cadeira de Teologia Bíblica na Universidade Católica.
Padre desde os 24 anos de idade, José Tolentino Mendonça afirma que a sua vocação religiosa "foi uma coisa da juventude, inconsequente, imprudente, inesperada, que eu procuro manter. Ser padre é (...) aceitar a pobreza como condição. E a pobreza é uma coisa chata de viver. É achar que isso pode ser uma forma de dizer alguma coisa ao seu tempo. ".
Ocupando já um lugar de destaque na poesia portuguesa contemporânea, o autor, para quem "A poesia é a arte de resistir ao seu tempo", integrou uma delegação que representou Portugal, então país homenageado, em 1999, na 9.ª Bienal Internacional do livro do Rio de Janeiro, ao lado de uma plêiade conceituada de escritores e poetas portugueses. Este prestígio foi legitimado através da escolha do seu nome para fazer parte de uma antologia de poetas portugueses, da responsabilidade da Lacerda Editores. Organizada por Alberto da Costa e Silva e Alexei Rueno, esta obra intitulada "Panorama da Moderna Poesia Portuguesa", reúne 72 poetas modernos consagrados, nomeadamente Jorge Sena, Nuno Júdice e Fernando Pinto do Amaral.
Em 2000, fez a apresentação da reedição do livro O Pobre Tolo de Teixeira de Pascoaes, escritor falecido em 1952 e de quem Tolentino Mendonça dizia ser "uma figura de fronteira na paisagem mental do século português ".
Editou o seu primeiro livro de poesia Os Dias Contados em 1990 e, desde então, tem diversificado a sua obra como poeta, ensaísta e tradutor. Assim, em 1997 traduziu Cântico dos Cânticos, em 1994 editou o ensaio As Estratégias do Desejo: Um Discurso Bíblico Sobre a Sexualidade, em 1997 Longe Não Sabia, em 1998 A que Distância Deixaste o Coração e, finalmente, o livro de poesia De Igual Para Igual.
Nota: Os meus parabéns ao Pe. Tolentino Mendonça pelo prémio recebido e merecido!

5 comentários:

Fernando Freitas disse...

"Aceitar a pobreza como condição"??
É discutível...

M Teresa Góis disse...

Respondendo a FMF há a "Pobreza" e a pobreza, tudo depende do sentido de carência ou de privação deliberada que queiramos dar à palavra, tudo depende da atitude, da prática de vida. "Pobreza" pode não ser sinónimo de penúria. Lamento a pobreza, a carência, a ausência de dignidade de vida, mas admiro a "Pobreza" vivida.
Mas vamos ao nosso poeta.
O pequeno (no tamanho) grande livro, é de uma simplicidade e profundidade tremenda que nos leva em viagens sem sono.
É muito bom para a Madeira que o P. Tolentino seja madeirense, mas é também muito bom que ele aqui não esteja "condicionado".
Que mantenha livre a Alma e o Pensamento.

José Ângelo Gonçalves de Paulos disse...

Estou totalmente de acordo com o que escreve a Tukakubana (já agora há muito tempo que não a vejo. Desde os tempos gloriosos...). O Tolentino Mendonça é uma das grandes referências quer como padre, quer como homem de cultura e de letras, sobretudo, ao nível da poesia. É considerado um dos maiores poetas portugueses. Curiosamente são três madeirenses: Herberto Helder, Tolentino Mendonça e José Agostinho Baptista). Sou um grande admirador e amigo pessoal dele.Tem como ele a tal pobreza de que nos fala o Evangelho das Bem-Aventuranças. Ele não aceita a pobreza material como um bem e, por isso mesmo, é um activista nas batalhas que se envolve contra a pobreza; Mas é um Homem que está sempre retirado dos lugarejos do elogio e da propaganda. Ele tem na "Assírio e Alvim" a responsabilidade de divulgar o pensamento cristão, através da colecção Teofanias onde pairam:a francesa-judia Simone Weill, a hlandesa-judia Etty Hiellesum, Cristina Campo, Cardeal Newman e muitos outros.Vale a pena ler esses livros. É, apenas, uma sugestão para admirá-lo ainda mais.

ValériaC disse...

Muito bom estar aqui em seu espaço e ter oportunidade de conhecer pessoas e suas obras...creio que a internet é um grande meio das pessoas se conhecerem e se aproximarem... Quanto à "pobreza" citada, realmente há carência em tantos sentidos pelo mundo e realmente como "tukakubana" disse em seu comentário, é lamentável...mas a "pobreza" que penso ser mais importante de ser vivida não é necessariamente o não ter... mas a importância em não se "apegar" ao que se tem. Bom conhecer este poeta, vou procurar conhecer suas obras. Um abraço

Autor do blog disse...

Autor do blog:

Bem vinda Valéria. Também gostei muito de a conhecer pelo seu blog. Que a amizade se fortaleça desta forma global. Tudo de bom para si e para todos os nossos leitores...