«O respeito pelos outros, o saber estar em cada contexto ou se aprende em casa ou nunca mais se aprende» (destaque do Dnotícias).
Por José Luís Rodrigues
Não sou professor. Mas neste início de ano lectivo tento colocar-me no papel de professor e imagino o quanto deve ser deprimente enfrentar a escola nos tempos que correm. Sim, porque uma escola sem o mínimo de condições para funcionar, pode tornar-se num verdadeiro inferno. Porque, muito mau será trabalhar num ambiente onde falta o essencial. Alunos esfomeados. Há ausência generalizada de material para que as aulas funcionem com o mínimo de dignidade. A escola está na miséria, basta dizer que nem dinheiro tem para papel higiénico, quanto mais o outro papel e todo o material de papelaria.
Outro aspecto bastante relevante prende-se com a indisciplina ou falta de educação básica dos alunos que cresce de forma acentuada - que não se pense que esta educação deve ser dada pela escola, mas pela família, pelos pais... O respeito pelos outros, o saber estar em cada contexto ou se aprende em casa ou nunca mais se aprende. Por isto tudo, que imagino existir hoje nas nossas escolas, derivado dos apertos e cortes financeiros do Estado e da Região em relação à educação, fazem-nos prever um ano de sérias dificuldades para todos os agentes do processo educativo.
A mentalidade dos nossos tempos perdeu totalmente a educação como processo de desenvolvimento humano, como meio de transmissão de cultura, como forma de chegarmos a ter uma sociedade mais livre, agindo de acordo com a sua própria vontade. Numa palavra uma sociedade crescida, com famílias saudáveis e pessoas cultas, equilibradas. A educação com vista ao emprego e a ser um instrumento para ganhar dinheiro, muito dinheiro, redundou neste descalabro educativo. O que temos? - Um bando enorme de desempregados ou desocupados a viver à conta dos salários e reformas dos pais, uma imensa multidão de jovens que passa a vida em noitadas, a se encharcarem de álcool e consumindo drogas. Alguns perdem a saúde para sempre e outros já estão ou vão a caminho dos cemitérios. A educação assente puramente em valores materiais sem ter em conta as pessoas conduz à destruição da humanidade.
A mentalidade dos nossos tempos perdeu totalmente a educação como processo de desenvolvimento humano, como meio de transmissão de cultura, como forma de chegarmos a ter uma sociedade mais livre, agindo de acordo com a sua própria vontade. Numa palavra uma sociedade crescida, com famílias saudáveis e pessoas cultas, equilibradas. A educação com vista ao emprego e a ser um instrumento para ganhar dinheiro, muito dinheiro, redundou neste descalabro educativo. O que temos? - Um bando enorme de desempregados ou desocupados a viver à conta dos salários e reformas dos pais, uma imensa multidão de jovens que passa a vida em noitadas, a se encharcarem de álcool e consumindo drogas. Alguns perdem a saúde para sempre e outros já estão ou vão a caminho dos cemitérios. A educação assente puramente em valores materiais sem ter em conta as pessoas conduz à destruição da humanidade.
Não fazem sentido os apertos financeiros indiscriminados, sem critério. Os professores merecem serem bem pagos e que lhes seja colocado à disposição todas as condições. Sem isso, faltará uma verdadeira relação entre alunos e professores, a escola não tem alegria, não é uma festa… A amizade, nada. A solidariedade, zero. A paz, inatingível. A vida e a preparação para ela não acontecerão. Por isso, aos governantes deste país e da nossa região, responsáveis pela escola, pedimos que sejam verdadeiros quanto à aplicação dos impostos. À escola o necessário, para que a educação cumpra o seu dever e prepare verdadeiros homens e mulheres, cidadãos empenhados na construção de um futuro saudável para todos.
Um dos maiores pedagogos do século XX, o padre Manuel Antunes (1918-1985) dizia o seguinte sobre a educação: «Que princípios deverão orientar a nova educação do nosso Povo? (...) Ousamos esquematizar: os princípios que tenham em conta a aliança do cérebro, da mão e do coração; os princípios da liberdade, da igualdade e da dignidade de todos os homens; os princípios que possam unir o sentido científico, o sentido tecnológico e o sentido comunitário desde a célula familiar à Sociedade Mundial».
Um dos maiores pedagogos do século XX, o padre Manuel Antunes (1918-1985) dizia o seguinte sobre a educação: «Que princípios deverão orientar a nova educação do nosso Povo? (...) Ousamos esquematizar: os princípios que tenham em conta a aliança do cérebro, da mão e do coração; os princípios da liberdade, da igualdade e da dignidade de todos os homens; os princípios que possam unir o sentido científico, o sentido tecnológico e o sentido comunitário desde a célula familiar à Sociedade Mundial».
Bom, apesar de tudo, desejo um feliz ano lectivo para todos os agentes das nossas escolas.
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