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quarta-feira, 27 de maio de 2009

Comentário à Missa do Próximo Domingo

31 Maio 2009
Domingo de Pentecostes – Ano B
O Espírito é o mesmo
1 Cor 12, 3b-7.12-13
O Pentecostes, o que é? - A origem do Pentecostes está intimamente ligada à Páscoa, celebrando-se sete semanas depois da Páscoa, quer dizer, no 50º dia após a Páscoa e, por isso, a tradução grega chamou-lhe Festa do Pentecostes ou festa do Quinquagésimo Dia.
No Antigo Testamento hebraico era designada festa das (sete) Semanas. Era a festa da colheita do trigo, enquanto a da Páscoa era a das primícias da cevada. "Depois, contarás sete semanas, a partir do momento em que começares a meter a foice nas searas. Celebrarás então, a Festa das Semanas, em honra do Senhor." (Dt 16,10-12).
Inicialmente, tal como a Páscoa, o Pentecostes ligava-se à fertilidade dos campos. Com a história de Israel passou a ligar-se ao dom da Lei no monte Sinai, daí os rabinos lhe chamarem a Festa do Dom da Lei (mattan Torá).
No tempo da primeira comunidade cristã, Jesus enviou o Seu Espírito (o Espírito Santo) precisamente na semana em que se celebrava a festa do Pentecostes. A descida do Espírito sobre os Apóstolos aconteceu no meio de fenómenos semelhantes à "descida" da Lei no monte Sinai, com o ruído de trovões, o fogo dos relâmpagos, fumo, sismo (Act. 2,1-4 e Ex 19,16-19). O Espírito de Jesus, que desce sobre o novo povo, é a nova Lei dos cristãos, mas este Espírito só desce depois do conhecimento da Palavra de Jesus. Concluindo, o Pentecostes é a festa do Espírito de Jesus, que nos vem da Sua Palavra conhecida, vivida, anunciada."
Para nós cristãos, a vida não teria sabor se não fosse a dinâmica do Espírito Santo. A Igreja seria uma simples organização de homens e mulheres com interesses mundanos. As celebrações litúrgicas seriam manifestações de diversão ou para entreter os tempos livres. Os diversos grupos que formam a Igreja seriam estruturas sem alma que promoviam a rivalidade e a concorrência. Os membros da Igreja, seriam penas funcionários que buscavam o poder pelo poder. A sede de protagonismo ou a fama do mundo seriam as únicas motivações pelas quais todos corriam de forma desmedida e sem escrúpulos. As palavras da Igreja seriam iguais a todas as palavras pronunciadas pelas outras organizações do mundo. A caridade seria solidariedade sem alma e sem abnegação desinteressada que só o Espírito Santo enforma. O diálogo Igreja mundo seria pura diplomacia interesseira com vista a ser pura propaganda.
Uma infinidade de coisas que a Igreja é e faz que sem o dinamismo do Espírito Santo seriam puro activismo concorrencial mais interessado na promoção de alguns e pouco aberto ao bem comum, isto é, sem interesse nenhum pela salvação de toda a humanidade.
Assim sendo, no dia de Pentecostes, descobre-se a universalidade do projecto de Deus – o milagre das línguas nos Actos dos Apóstolos e a proclamação de São Paulo sobre a diversidade, são provas dessa pretensão de Deus.
A mensagem da Igreja, com a força do Espírito Santo, é o eco profético atento à realidade da vida da humanidade, que denuncia e apela para a paz e para a libertação de tudo o que violenta a dignidade da vida. E a vivência cristã de cada baptizado, com a força do Espírito Santo, torna-se sinal e luz para o mundo, empenhada na construção de uma realidade cada vez mais justa e fraterna para todos. Tudo o que não seja isto dentro da Igreja e em cada crente, peca gravemente contra o dinamismo do Espírito Santo.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Uma Ideia sobre a Europa

Pequena, por sinal. Andrea Riccardi, fundador da Comunidade de Santo Egídio dizia: «A meditação de alguns europeus (como deixar de recordar aqui Alcide De Gasperi, Schumam, Adenauer) sobre as destruições da guerra, sobre milhões de vidas humanas sacrificadas sem sentido, nos campos de extermínio, alimentou um sonho, que era também uma profunda exigência da história e do espírito: a unidade. Não era possível manter a diversidade e a liberdade se não houvesse unidade»...
Apesar de todas as contrariedades e de muitas feridas ainda não sanadas, o desejo do Papa João Paulo II, que nos anos 80 falava numa «grande Europa», parece eclodir. Esta esperança deve fazer parte de todos nós, deve ser o nosso desejo e deve ser motivo para a nossa oração. Os cristãos têm aqui um campo vasto para a sua acção evangelizadora. Porque somos os pioneiros no anúncio da tolerância e da paz. Neste sentido, o Presidente do Movimento carismático evangélico na Alemanha apresentou a experiência das «Aktion Versohnungswege» (acções de reconciliação). Daí que tenha falado muito da necessidade da reconciliação em vista da fraternidade.
Romano Prodi, antigo Presidente da Comissão da União Europeia afirmou: «Segundo uma grande personalidade religiosa do século passado, o tratado do carvão e do aço em 1951 também foi um ‘gesto espiritual’, cujo significado era: a guerra, nunca mais. É uma interpretação muito corajosa, mas muito convincente, porque foi o que aconteceu»...
Que pena a campanha para as eleições europeias não se centrar sobre os valores e os ideais que deram razão à União da Europa! - Todos os partidos manifestam uma pobreza e uma incultura sobre a Europa que dá vontade de chorar. A ver vamos. Não deixemos morrer a esperança.