terça-feira, 21 de outubro de 2008
Poema de São João da Cruz
Talvez a marcha da vida possa alimentar o espírito neste poema de São João da Cruz. Ele diz tudo:
“Conheço a nascente, ela flui, ela corre,
mas é de noite. /
Na noite escura desta vida, conheço-a, /
a essa nascente, pela fé, /
mas é de noite. /
Sei que não pode haver coisa mais bela, /
que céu e terra nela matam sede, /
mas é de noite. /
Sei que é um abismo sem fundo e que ninguém /
pode passá-la a vau(=), /
mas é de noite. /
Essa nascente eterna oculta-se neste pão vivo /
para nos dar a vida, /
mas é de noite. /
Daí chama todas as criaturas /
que vêm beber da sua água, entre sombras, /
mas é de noite. /
Vejo-a, /
A esta nascente viva do meu desejo neste pão de vida, /
mas é de noite”.
= Vau – sítio pouco fundo de um rio.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário