Domingo III Tempo da Quaresma
7 de Março de 2010
O arrependimento
O arrependimento é sempre necessário para muitas situações. Ninguém pode considerar-se alheio a esta realidade tão necessária à vida ou que simplesmente não precisa de arrepender-se. A nossa vida está sempre carregada de muitas situações, que nos tomam, por um lado, mais humanos e conscientes de quanto os nossos projectos pessoais têm valor, mas, por outro, existem sempre situações mais absurdas e disparatadas que nos enredam em caminhos de perdição, que nos tomam infelizes e fazemos; por conseguinte, os nossos irmãos também infelizes.
A morte de pessoas em desastres naturais e resultantes da irresponsabilidade humana, não significa, como nos diz Jesus, que sejam mais pecadoras que os outros. Os acidentes fazem parte do mundo e da vida, sempre aconteceram. Não se julgue nunca que pelo facto de morrerem pessoas em acidentes, mereciam que tal acontecesse como um castigo pelos seus pescados. Jesus, garante-nos que ninguém é mais pecador pelo facto de ser apanhado por um azar da vida.
O Evangelho de Cristo, mostra-nos que não devemos julgar ninguém nem atirar pedras aos nossos semelhantes, estamos todos sob a mesma condição e somos chamados pelo amor de Deus a tentarmos a perfeição da vida para o bem de todos.
O arrependimento deve fazer parte da nossa alimentação espiritual diária. Porque também diariamente somos confrontados com as raivas absurdas que nos descontrolam o pensamento e as palavras. As teimosias nas nossas ideias fixas e manias pessoais, são frequentemente uma propensão que nos ataca e que requerem uma dose elevada de arrependimento. Diante das brigas inúteis entre vizinhos, colegas e companheiros de caminhada, o arrependimento deve estar sempre presente para que a reconciliação da amizade seja também uma constante na vida de cada pessoa e, sobretudo, se são pessoas que acreditam na pessoa de Cristo.
O arrependimento, é o sentimento eficaz que nos mostra o coração de cada um. Sem este sentimento não se conhece verdadeiramente uma pessoa nem ninguém se revela" plenamente se não for capaz de assumir sempre que é necessário para viver a dimensão do arrependimento.
A contrição, precisa sempre de ser cuidada. Os problemas da vida e das relações interpessoais não encontram solução se não formos capazes de estar sempre com os ritmos do arrependimento e do perdão convenientemente afinados.
2 comentários:
Padre José Luís o arrependimento tem algo de divino e também humano. Perdoar é um acto de compreensão para com aquele que pecou (caiu) e que se arrepnde. O que mais me chateia é passar por uma pessoa com a qual tivemos um desacato e voltar-lhe a cara ou, emtão, deixar de lhe dar palavra nem que seja um cumprimento. Mas para que isso aconteça "antes de chegar ao altar e depositar a minha oferta vá em primeiro lugar reconciliar-me com aquele que cortei relações humanas" tenho ter um coração de criança. Puro. O arrependimento é um acto de coragem e de amor, de alegria.
Mas a santa madre Igreja prefere estar sempre no papel de quem perdoa e nunca se arrepende. Muito embora o Papa João Paulo II pediu perdão ao Mundo e concomitantemente aos homens e mulheres quando foi o caso da inquisição. No entanto, Bento XVI não pede perdão ou não se arrepnde por ter castigado os teólogos mais avançados od que querem uma Igreja "sem ruga e sem mácula" O papel desta igreja actual é sempre estar no papel de juiz e todo o resto são sempre réus. Mesmo aqui na Madeira onde o perdão e arrependimento não existem. Basta ver o desasado caso Ribeira Seca. De um lado e de outro. A humildade é uma riqueza espiritual que elimina logo a arrogância e as falsas verdades que cada um entende que tem.
A reconciliação é inerente ao Homem, seja ele crente ou não. Sem isso não poderá viver em paz. Para os cristãos será mais fácil, ou talvez não. Pelo menos temos um Guia, um Ideal, uma Personagem a seguir e imitar. E temos a liberdade de o fazermos, ou não. A reconciliação deveria ser diária, mas é impossível. Há demasiadas apelações que não deixam parar e reconciliar. Como em tudo, é preciso o hábito, sem rotina, é preciso verdade e é preciso querer reconciliar-se.A recompensa imediata é a Alegria.
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