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terça-feira, 3 de agosto de 2010

Meditação - Jogar às escondidas com Deus

Eu detesto e rejeito as vossas festas; e não sinto nenhum gosto nas vossas assembleias. Se me ofereceis holocaustos e oblações, não as aceito, nem ponho os meus olhos nos sacrifícios das vossas vítimas gordas. Afastai de mim o vozear dos vossos cânticos, não quero ouvir mais a música das vossas harpas. Antes jorre a equidade como uma fonte, e a justiça como torrente que não seca.” (Amós 5, 21-24)
Em cada geração, um das brincadeiras infantis mais populares é jogar às escondidas: uma criança tapa os olhos enquanto as outras se ocultam; após alguns segundos, a primeira tenta encontrar as restantes. Os adultos costumam muitas vezes usar uma variante: procuram um lugar para se esconderem da realidade ou da verdade, em vez de a tentarem procurar ou encontrar.
Os profetas do Antigo Testamento, e mais tarde o próprio Jesus, viram muito disto no núcleo das práticas religiosas. Muitos judeus pensavam que se poderiam esconder de Deus sob a capa de elaborados rituais, observâncias e sacrifícios. Como devia ser pequeno e ingénuo o Deus que concebiam para pensarem que a estratégia de se esconderem na religião haveria de resultar. Não resultou porque Deus não pode ser enganado!
A única coisa que pode resultar com Deus é um coração puro e confiante, do qual nascem atos de amor. As nossas práticas religiosas são meios para atingir um fim, e apenas para isso, e só são legítimas se nos ajudarem a construir um coração puro e confiante de onde brote a equidade, a justiça e o amor.
Assim chegamos à questão de hoje: Estaremos apenas pendurados ou escondidos na Igreja e nas nossas práticas religiosas? Ou estaremos a ser transformados por elas? Estará o nosso coração a ser reconfigurado ou continuamos sem passar da cepa torta?

P. Dennis Clark, In Catholic Exchange, Trad. / adapt.: rm© SNPC (trad.)

Imagem in burrovelhonãoaprendelinguas.blogspot.com

1 comentário:

M Teresa Góis disse...

Esta frase de Amós, poderia ser o introdutório de qualquer celebração Eucarística.
Não convirá às políticas e orientações religiosas que promovem a adoração de imagens, os contínuos ofertórios dos fiéis sem retorno da informação das suas aplicações.
Despreza-se a força do Silêncio e da Contemplação, o olhar direccionado para Deus. É pena. Os jovens cada vez mais evitam a Igreja, a geração de seus pais já nem lá vai (falo pelos meus filhos), resta uma média de idade de participação que andará entre os 60 e os 70 anos. Para onde caminha esta Igreja?
Não pretendo generalizar, pois há-de haver Comunidades activas e actuantes, informadas e ávidas de mais informação e formação, cientes e felizes.