Há muito tempo que venho falando do estado degradante a que chegou a "nossa" Assembleia Regional da Madeira. Até acho que degradante, é pouco para qualificar o que lá se passa. Estas coelhadas são os frutos de anos e anos de desrespeito a que os deputados se sujeitam uns contra os outros. Todos os partidos são responsáveis por isto e até uma boa camada de votantes, que sempre votam no escuro... E neste domínio temos que buscar à luz da reflexão também até os que se demitem em todos os actos eleitores, porque preferem o comodismo a assumirem uma atitude participativa na vida democrática.
Assim, fomos de alarido constante enquanto o adversário falava, de piropo em piropo, de alcunha em alcunha, de aparte em aparte, de boca em boca, de praguejadela em praguejadela... Até a estas coelhadas exageradas e ridículas. Agora, todos se indignam e manifestam-se hipocritamente virgens ofendidas como se nada disto tivesse também que ver com eles e que não resultasse também das suas acções.
Tudo isto em menor escala, são consequência de cada um daqueles que recorrem frequentemente ao insulto e à boca rasteira para fazer valer os seus propósitos. O ar de praça de peixe que o Plenário da Assembleia faz valer, redundou nisto e irá sempre de mal a pior, tendo em conta que os protagonistas destes lamentáveis episódios lá estão para dar e durar.
Mais ainda esta degradação, advém de quem irresponsavelmente vota na ignorância e no escuro. Neste sentido, a Assembleia Regional, é o espelho de muita coisa e reflexo da sociedade pouco letrada, muito pouco culta que ainda é a comunidade madeirense. Não é com alegria que digo isto, mas com profunda tristeza, dado que precisamos como de pão para a boca de passar uma imagem de sociedade responsável, equilibrada e unida à volta de uma causa.
Os tempos que vivemos são duros, muito duros. O que mais precisamos é de não dar uma imagem de que somos uns palhaços irresponsáveis e que o melhor que sabemos fazer são festanças e carnavais.
Posto isto, meus amigos, deputados, ponham-se nos vossos devidos lugares e deixem-se de malcriação e vamos fazer valer os argumentos com respeito e com dignidade. Caso não consigam, ao menos pensem, que a casa onde «nós» vos colocamos para serem nossos representantes, está a ser observada por graúdos e crianças que merecem respeito. Em todos os momentos do vosso digníssimo trabalho, eles vos pedem alguma réstia de serenidade e exemplo.
José Luís Rodrigues
Sem comentários:
Enviar um comentário