Ao sétimo dia
No mundo e num tempo que remeteu a necessidade da reflexão
para a pasta do esquecimento, nunca sente necessidade de parar para pensar e
centrar ou recentrar objectivos, metas e ideias.
Não sou contra este facto de existir no final das campanhas
eleitorais um dia de reflexão. Acho que vem bem aproposito. Ainda mais quando
as campanhas estão cheias de tanto vazio, frases feitas, promessas e mais
promessas, comida a gosto e a desgosto, cartazes com chavões mais do que
gastos, barulho com discursos exaltados cheios de nadas, música de fraco nível,
buzinadelas, tambores… Ruído, muito ruído. E, mais grave ainda, acusações,
mentiras, calúnia e lama jogada à ventoinha uns contra os outros.
Neste contexto, é mais do que necessário um tempo que ponha
cobro a isto e antes da hora crucial, já tenha existido um tempo purificador. Chamam-lhe
«dia de reflexão», que no meu ponto de vista serve para que esta poeira acame e
os eleitores em geral descansem do ruído e procurem serenar os ânimos para que
façam a sua opção em consciência pelo partido ou as pessoas a ele associado
para governarem.
A reflexão é necessária e tomara que para todas as coisas da
vida sempre existisse alguns momentos para pensar serenamente sobre o que se
vai fazer, opções a tomar e missões que se vai cumprir. As grandes tarefas
(opção, missão…) na Igreja Católica são sempre precedidas de um longo tempo de
retiro, de reflexão. Nisto é exemplar.
A vida que nos toma e que tantas vezes nos escolhe pode
conduzir-nos ao reino da alienação. Perante os diversos pontos que nos são
apontados a interacção do pensamento é uma urgência sempre. Todos precisamos
disso e melhores escolhas teríamos feito, beneficiando a vida de todos, o
mundo, a natureza e nós próprios. Assim, seguramente teríamos sociedades mais
humanas e mais felizes. Nunca nos cansemos de pensar, pensar, pensar…
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