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terça-feira, 7 de abril de 2009

Comentário à Missa do Próximo Domingo

12 Abril 2009
Domingo de Páscoa – Ano B
Afeiçoai-vos às coisas do alto
Col. 3, 1-4
A afirmação de São Paulo, diz tudo sobre o essencial do ser cristão: «afeiçoai-vos às coisas do alto…», porque a nossa vida não é daqui. Estamos imersos num universo que vai muito para além da mesquinhez dos dias em que andamos neste mundo. Por isso, eis Cristo ressuscitado, para que com Ele também ressuscitemos para vida em plenitude. A fé nas «coisas do alto», significa acreditar na Ressurreição, a razão de ser do Cristianismo e o que seria a religião cristã se não tivesse essa novidade da vida para além da morte? – Assim, uma vida votada ao esquecimento de Deus e da gratuidade salvadora que Ele nos oferece no Filho ressuscitado, é uma vida sem sentido. A Ressurreição de Jesus é a chave para a leitura correcta da Sagrada Escritura. E através da vida ressuscitada somos levados a pronunciar as palavras da fé e acreditar que cada palavra da Bíblia foi escrita a pensar em cada um de nós. Sem a Ressurreição, a história de todos nós e de cada um teria rumos imprevisíveis e seria de um absurdo ensurdecedor. O Apostolo dos povos, São Paulo, insiste nesta verdade e faz pensar que a solidão dos dias não devem ser uma derrota mas antes uma mediação, um momento que deve permitir a cada um a descoberta da redenção e do sentido da vida toda que Cristo nos revela, com a vitória da Ressurreição ao terceiro dia. O sepulcro vazio mostra-nos como se de um reflexo se tratasse a verdade dos factos relacionados com Jesus Cristo. Mas porquê o fracasso da vida (a doença, o sofrimento, a morte…)? – Porque, somos como somos, isto é, limitados e sujeitos aos condicionalismos próprios de uma natureza criada desta forma. Porém, a fé em Cristo manifesta que devemos deixar penetrar nessas circunstâncias a realidade da Ressurreição. Ele virá preencher o vazio que a doença, o sofrimento e a morte geram de forma cruel. A vida ressuscitada virá preencher o afastamento e a solidão que tais condicionalismo provocam no nosso coração. Nisto, afinal, consiste a beleza da vida e de outra forma a vida não teria possibilidade de se regenerar e de se abrir constantemente ao devir que a criação lhe confere. A Ressurreição de Cristo deve ser uma das certezas absolutas da nossa fé. Porque este é o milagre por excelência que Deus faz acontecer no Seu plano de salvação da humanidade. Pois, «Uma vez ressuscitados com Cristo…» aspiramos às coisas mais elevadas que não se encontram nesta vida terrena, mas «no alto», isto é, no lugar de Deus. Com esta fé no coração, cada pessoa humana, procurará com o seu viver, elevar-se sempre para tudo o que vida tem de belo, para que o milagre da Ressurreição não seja uma realidade adiada mas, já hoje, preenche a vida e anima-a cada vez mais, porque sabe, que um dia esse milagre será em plenitude.

2 comentários:

Anónimo disse...

Um testo muito bem urdido. Faz-nos reflectir muito sobre a "ressurreição" de cada um de nós para uma Humanidade que precisa urgentemente ter a mensagem do Ressuscitado. "Um novo céu e uma nova terra.O homem que finalmente se desprende dos seus algozes políticos, económicos, religiosos, culturais. Dizia S.Paulo que Nascemos para sermos fiéis e Livres, mas em Cristo- único Libertador

Maria disse...

Sou uma ex-paroquiana de Porto Santo
e vejo que o sr padre José Luís assume com frontalidade as suas convicções !
Precisamos,nas nossas igrejas,de mais «josé Luís»
Obrigada .