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quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Comentário à Missa do próximo Domingo

Domingo III Tempo Comum
24 de Janeiro de 2010
A BOA NOVA DE JESUS
Jesus, na Sinagoga de Nazaré, perante a proclamação de Isaías, revela que veio para todos e que a sua acção mediante a força do Espírito Santo será sempre em favor do bem para todos. Porém, a Boa Nova que Ele anuncia é algo que vem ao encontro dos pobres e dos desprezados da sociedade. O Deus de Jesus, preferencialmente, é o Deus dos pobres, porque são eles que o reconhecem em primeiro lugar. Não têm amarras, como os ricos, que se amarram aos seus bens e à conta bancária, é esse o seu deus.
Este aspecto da atenção pelos pobres ou «opção preferencial pelos pobres» - expressão conciliar exorcizada pela Igreja actual, mais preocupada com as suas riquezas – revelar-se-á uma constante ao longo do Evangelho de Lucas. Porque, aos ricos Jesus exigirá um programa de vida que se pareça com a proposta do reino que Ele apresenta. E para Deus as riquezas materiais pouco ou nada contam.
A Boa Notícia, consiste na libertação de tantas situações. O sentido espiritual do Evangelho de Lucas é muito forte, mas a conotação com a vida social/concreta é também bastante evidente. O acolhimento da Boa Notícia permite sentir que a libertação e salvação de tantas situações menos dignas para a humanidade são, de facto, uma realidade: os presos são soltos, os cegos passam a ver, os oprimidos são libertos, a Boa Nova é anunciada aos pobres…
Jesus veio proclamar «o ano da graça». Em Israel, proclamar o ano da graça, significava que todos os que tinham dívidas recebiam o perdão das dívidas; todos os que tinham terras hipotecadas ou roubadas pelos poderosos, eram agora devolvidas aos seus legítimos donos; todo o povo começava uma vida nova porque a partilha dos bens voltava a regular as relações sociais.
A Boa Nova de Jesus, requer uma sociedade nova, um mundo novo, onde todos são irmãos. A Sua proposta não consiste apenas em Palavras ocas sem conteúdo salvador, em doutrinações frias que não levam a nada, em conceitos sem consistência real, em dogmas desumanos que não olham a cada realidade em si mesma, em documentos burocráticos que não servem a vida na sua autenticidade... Mas, consiste a Boa Nova de Jesus numa prática humana, religiosa e social que conduz as pessoas à posse da vida plena. Que o nosso coração se abra à revolução de Jesus.

1 comentário:

José Ângelo Gonçalves de Paulos disse...

Gostei muito da expressão "que onosso coração se abra à revolução proposta por Jesus" . Não há dúvida que o Evangelho é uma proposta revolucionária e o próprio Jesus era e é um Revolucionário. Ele anunciou-nos que Deus é pobre e amigo dos pobres e de todos aqueles ricos que se despojam para co-dividir e viver numa sociedade em emergência comunitária. São Francisco fundou essa comunidade. Jesus não fundou nenhuma religião e muito menos uma hierarquia. O papa e bispos e sacerdotes são exemplos imperariais . Mas o Evangelhos é pertença dos pobres e de todos os que ainda sonham com o Bem numa sociedade profundamente egoista.