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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Um raro sentido de inoportunidade

“Existem males maiores do que os que esses pobres do Haiti estão a sofrer estes dias”. Quem o diz é o bispo de San Sebastian, José Ignacio Munilla, que julga que “também deveríamos chorar por nós, pela nossa pobre situação espiritual, pela nossa concepção materialista de vida”. Numa entrevista concedida à Cadena SER, que pode ser escutada aqui, as bizarras afirmações prosseguiram com o bispo a afirmar: “Quiçá é um mal maior o que nós estamos padecendo do que aquele que esses inocentes também estão sofrendo”.Não é preciso ter lido Carlo M. Cipolla, por exemplo, para perceber o quão as afirmações do bispo representam um eloquente exemplo de estupidez humana.
Uma sugestão
A quem assim o entender, fica uma sugestão, relacionada com o post anterior (Um raro sentido de inoportunidade): ir ao site da diocese de San Sebastian (http://www.elizagipuzkoa.org) e abrir o "Escríbenos". Pode escrever aí um texto como este (ou outro), que acabei de enviar ao bispo. Quem copiar este texto, deve ter atenção e COLOCAR A SUA ASSINATURA no final (e cortar os parêntesis). Há momentos em que a indignação tem que ser dita a esta gente.
Sugestão de texto:
Al obispo José Ignacio Munilla quiero decir, como cristiano y católico que soy, que lamento profundamente sus declaraciones a propósito de Haiti; son declaraciones que insultan a Jesucristo, pues la pobre gente de Haiti sufre la Pasión que Jesucristo ha sofrido. Es lamentable que este señor hable en nombre de la iglesia de Jesucristo, que ha tenido toda la misericordia para todos los que sufrian. Son personas como este obispo que hacen que cada dia haya mas gente a quien no le gusta la Iglesia, porque esta (estas) persona(s) se preocupa(n) más con reglas morales y proibiciones, que con hacer felices las personas, creadas a la imagen y semejanza de Dios. Rezo por usted, obispo Munilla, para que se convierta a Jesus.
[ASSINATURA] (esperando que el message sea entregue ao obispo)

Postado por António Marujo In http://religionline.blogspot.com/2010/01/um-raro-sentido-de-inoportunidade.html

Nota da Redação: Palavras para quê. São inqualificáveis as palavras deste bispo. Concordo totalmente com este repúdio, encabeçado por António Marujo, jornalista do Público. Agora percebo melhor a grande contestação que recebeu este bispo quando entrou nesta diocese. Já enviei o texto sugestão muito bem assinado por baixo com a esperança que chegue às mãos do bispo de San Sebastian, José Ignacio Munilla. Convido-vos também a fazerem o mesmo, não podemos calar perante a estupidez e a inoportunidade de gente que devia ser mais responsável... Muitas vezes, os principais responsáveis do afastamento da Igreja, estão dentro da própria Igreja e são aos «montes» as pessoas que têm más experiências com figuras da Igreja que deviam ser a imagem viva do amor e da misericórdia de Deus. Mas, quais funcionários do sagrado, falam e actuam sem bom senso contra a pessoa para em nome de leis absurdas e da vontade de Deus criada à sua imagem, cometerem as piores atrocidades. Este caso do bispo de San Sebastian, foi apenas um exemplo entre imensos que povoam a «nossa» Igreja.

4 comentários:

Gorete Araújo disse...

Realmente há gente muita insensível.....
Eu enviei uma mensagem...a que indicou.
Um abraço

Anónimo disse...

Parabéns.
Admiro-lhe a frontalidade. Sim, são estes que esvaziam as igrejas todos os dias; concordo.
Pergunto-me como pode tanta insensatez ter direito de antena.
Foi gente como esta que fez de mim um ateu pese embora tenha frequentado o seminário...

M Teresa Góis disse...

como sou má, só lhe desejo, ao bispo claro, que lhe caia um prédio de 5 andares na cabeça! Depois, pois deve resistir, espere uma semana por ajuda. Não deixarei de ir ao site.
tukakubana

joaquim disse...

Todos nós devemos ter muita atenção naquilo que dizemos á comunicação social, e isso ainda deve ser mais premente quando são figuras públicas desde os Bispos aos politicos.

A verdade é que seguindo a noticia se percebe que a frse em causa foi retirada de uma entrevista e que o Bispo dava uma resposta teológica a uma pergunta teológica: Onde está Deus no meio da catástrofe?

A frase pode não ser muito feliz, mas foi sobretudo muito aproveitada pelos jornalistas.

Lembremo-nos ainda no ano passado a polémica que envolveu o Cardela Patriarca quando falou dos casamentos com muçulmanos, onde foi citado completamente fora do contexto da conversa que estava a ter.

É muito habitual a comunicação social fazer isto quando se tratam de consagrados da Igreja Católica.

Abraço em Cristo