Comentário à Missa do próximo domingo
Domingo XXXIII Tempo Comum
6 de Novembro de 2011
São Paulo fala da volta de Jesus que será o clímax desta vida e o início de uma vida ainda melhor para cada cristão. Presenciar essa volta e esse novo começo deve ser o objectivo de todo o cristão - para si mesmo e para os seus irmãos. Nós aguardamos esse acontecimento com alegria? Queremos realmente que ele aconteça? Devemos responder positivamente não só com os nossos lábios ou as nossas mentes, mas também com as nossas vidas. Devemos viver como filhos da luz e ajudar os nossos irmãos e irmãs a andarem connosco na luz de Deus. Esta esperança no futuro, que em Deus, será sempre glorioso, dá sentido à vida presente. Assim, os cristãos não são uns desesperados agora, mas contagiam o mundo para a esperança e para a certeza de que o futuro que nos espera não é de condenação, mas a alegria da festa do amor de Deus em plenitude.
O «Livro dos Provérbios», soa como palavra certeira no mundo que nos rodeia, onde impera a desresponsabilização, o egoísmo e a luta desenfreada pelos bens - facto que põe em causa o bem comum. Este texto fará uma clara alusão à «mulher virtuosa», mas mais do que essa ideia importa salientar que, mulheres e homens, são convocados a assumirem no mundo concreto valores de respeito, empenho, compromisso, generosidade... Para que a vida se torne um bem recheado com a felicidade para todos.
A «parábola dos talentos», revela os «dons» ou «bens» que Deus distribui aos homens e às mulheres, para que depois sejam postos a render na construção da vida e do mundo. No Evangelho estes bens são os valores, o amor que se faz serviço aos outros, que se dá até à última gota de sangue se for necessário, na partilha, no serviço, na misericórdia, na fraternidade, na amizade, em todas as qualidades que cada pessoa assume e que ajudam a construir a comunidade.
Os bens que cada pessoa é capaz de pôr a render, existem para dar frutos. Se os frutos acontecem e se são benéficos para todos, a recompensa será grande. Caso seja ao contrário, as consequências serão desastrosas. Disto sabemos já muito bem. As capacidades das pessoas quando são canalizadas para a cegueira do egoísmo e a não partilha, então, temos a desgraça do mundo e a vida de muita gente fica seriamente comprometida, o sofrimento é inevitável.
No Evangelho vemos claramente como foram compensados os servos que mexeram nos talentos e os puseram a render, porque não se acomodaram nem se deixaram paralisar pela preguiça, pela rotina, ou pelo medo. O nosso mundo tal como o temos, ora desarranjado, precisa de homens e mulheres que se empenham na construção da vida para todos. Não podemos desistir e reconhecer-se com talentos, virtudes e qualidades é muito importante, para depois os colocar ao serviço da vida e do bem da comunidade. Não será fácil, diante das contingências deste mundo, mas a coragem e a força interior podem fazer mover montanhas e minorar muitos problemas.
JLR
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