Como eu, farto de cavacadas estão milhares de portugueses. Podres de ricos, ingratos, ressentidos e profundamente insensíveis ao que se passa neste momento a milhões de portugueses como consequência das cavacadas destes senhores.
Estes pobres de espírito vivem da baixa política e do grande ressentimento das pequeníssimas contrariedades que a vida lhes vai pregando.
Estes pobres de espírito são ingratos e singraram na vida porque alguém sorrateiramente sábio os apadrinhou e eles sempre com o maior sentido do oportunismo souberam colocar-se em bicos de pés na hora certa e no lugar certo.
Estes pobres de espírito não sabem o que é lutar pela vida. À pala de benesses ao abrigo de leis absurdas e injustas sempre tiveram tudo ali à mão de semear.
Estes pobres de espírito não olham para os lados e não sabem o que é a dor dos outros, que fazem o maior dos exercícios mensalmente para cumprirem os seus deveres financeiros com os parcos rendimentos que a «sorte» da vida lhes confere. São milhares de famílias nestas circunstâncias neste momento no nosso país que passam por isto e estes pobres de espírito estão-se nas tintas para tal.
Estes pobres de espírito vivem do luxo e da boa vida que a injustiça deste mundo lhes proporciona. Não sabem o que são sacrifícios, nunca sentiram qualquer vontade para renunciar a alguma coisa. Nunca o fizeram nem nunca o farão. Limitam-se à queixinha patética porque uma miséria lhes será tirada. O mais curioso ainda, é que podem ser profundamente católicos e quiçá dos tais «praticantes» de missa diária e de oração frequente. Mas no fundo trata-se de outros cultos.
Estes pobres de espírito alimentam-se do culto do ego e vivem para as grandes manifestações, nenhum escrúpulo nesta hora lhes assalta quanto aos gastos elevadíssimos que se fazem para propagandear a sua pessoa, o seu cargo e as suas acções.
Estes pobres de espírito vivem das fotografias na comunicação social, encavacam o caminho dos outros e não permitem o diferente. O contraditório é sempre uma ameaça atroz que deve ser combatida, porque lhes põe em causa os intentos puramente pessoais e não permite que o seu ego se engrandeça com a frívola imagem que querem passar para a sociedade.
Estes pobres de espírito são uns frouxos sem conteúdo nenhum. Não lhe sabemos de um sinal de coragem, uma réstia de entrega a uma causa que faça sofrer e ir até à morte se for necessário. São uns covardes que se abrigam no quentinho da oficialidade e da ortodoxia.
Estes pobres de espírito vivem para si mesmos, para os amigalhaços e familiares. O resto é paisagem que eles acham que dominam e que servem apenas para os sufragar ou aplaudir nas balelas que vão dizendo e fazendo.
Estes pobres de espírito vivem das grandes coisas, de massas, de protagonismos momentâneos sem qualquer preocupação com o futuro. Conta a ocasião em grande, sem olhar a gastos e a sofrimentos vários que muitas destas megalomias implicam para os outros. Adiante é sempre o caminho desvabrando o o prazer do ego e do poder.
Estes pobres de espírito não percebem que estamos fartos deles. Pudera! Pouco ou nada devem à inteligência.
Pois, pois… E em tudo e neste tudo de sombrio em que se tornou o nosso presente e o nossos futuro, lá vamos nós sem rumo adiante até ao fundo do vazio imenso do nada. Com isto tudo estou seriamente preocupado.
Quanto a esta ideia dos pobres de espírito, muito mais haveria que dizer. Por isso, deixo espaço para que cada um dos leitores deste texto possa também fazer o seu rol. Força. Adiante…
4 comentários:
Pior do que isso é que ele ficou amuado a tal ponto que não responde aos jornalistas. Todos querem os vencimentos catroguistas. Na 1ª Republica ospresidentes andavam de eléctrico e iam para as suas casas dormir.Sem admiração por ele, mas Salazar nisso era comedido e não gastador. Ditador, sim, mas tinha sentido de Estado.
Nunca fui pobre.
Já algumas vezes não tive dinheiro para comprar um pão.
Não ter dinheiro é uma questão de ocasião.
Ser pobre é uma questão de espírito.
Grato pela força .
Tê-lo-ei sempre em consideração. O meu grande abraço.
Enfim, aqui está um naco de prosa digno de meditação. Permiti-me abusar e colocar este blogue em relevo no meu próprio blogue. As minhas desculpas.
Caro amigo rouxinol de Bernardim,
já fui espreitar o que escreveu sobre os meus singelos contributos para o debate das «coisas», que se quer vivo e em todas as vertentes. Gostei muito do que li, por isso, o meu muito obrigado. Tudo de bom para si e vamos adiante sonhando com um mundo mais justo, porque mais fraterno... É esta a minha causa, tomada do Grande Mestre Jesus Cristo. Um abraço fraterno.
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