Comentário à missa domingo XIX
tempo comum
10 de agosto de 2014
Na
montanha, o profeta Elias experimenta a presença de Deus. Deus manifesta-se de
modo silencioso e pacífico, não no «vento forte» nem no «tremor de terra», nem
no «fogo», mas na «brisa suave». Quando a sente, Elias saiu e ficou à entrada
da gruta, cobrindo o rosto com o manto, porque nenhum homem pode ver a Deus
face a face. Este gesto define a atitude do profeta, entrega-se confiante à
acção de Deus e está disponível para o Seu serviço.
O
Evangelho de Mateus diz-nos que, após a multiplicação dos pães, as multidões
queriam aclamar Jesus como rei. Jesus foge das expectativas de um Messias
triunfalista cheio de poder. Assim, Jesus despede a multidão, manda os
discípulos para o barco e retira-se para o monte para fazer oração. Este trecho
de Mateus, tempestade no Mar, Jesus que caminha sobre as águas, cena de Pedro
com Jesus revela elementos típicos das aparições de Jesus após a ressurreição.
A tempestade tem a ver com as perseguições e todas as dificuldades que aqueles
que seguem Jesus sempre encontrarão na sua acção. Saliente-se que nessa
contingência, o pior que pode acontecer será o medo e a falta de fé em Jesus
que está com aqueles que trabalham em seu nome. Pedro destaca-se neste episódio
para revelar que, ele assumindo o primado não pode deixar de confiar em Jesus
que sempre está por perto para ajudar a vencer os receios e puxar para cima
todos os que se afundam no medo e na ausência de esperança. É curioso que logo
que Jesus subiu para o barco, o vento amainou. Nesse vacilar, ninguém se
esqueça de estender a mão...
São
Paulo manifesta o seu desgosto, ao ponto de desejar ser separado de Cristo,
pelo facto de os israelitas não terem aceite Jesus como Messias. O povo de
todas as condições religiosas para aceitar Cristo, o enviado do Pai, recusou-O.
Neste sentido, Paulo apela ao perdão de Deus e antes desejava ser prejudicado
em favor da salvação de muitos... às vezes vemos na realidade que nos rodeia,
tantos que se enchem e que tudo fazem para proveito próprio sem que se importem
nada com as suas atitudes que semeiam a desgraça da fome, da doença e da morte
de muitos.
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