Ando a meditar que
avançamos tanto na ciência e na tecnologia. Por um lado, é tanto que nos traz o
bem e nos faz bem, mas por outro, tanto nos torna frios, insensíveis, solitários,
vazios e calculistas.
A este nível estaremos
a falar de avanços impressionantes que marcarão o futuro da humanidade para o
bem ou para o mal. Pode até ser que tais avanços sejam incontroláveis, isto é,
que a humanidade passe de dominadora a dominada dentro de breve tempo. A
inteligência humana associada à ciência e ao progresso tecnológico faz um
caminho extraordinário que proporciona excelentes benefícios à qualidade da
vida humana no Planeta. Embora, a que preço para os desequilíbrios do Planeta
Terra e da biodiversidade… É um assunto que já está a ser avaliado e todos nós
já estamos a sofrer as pesadas consequências dos estragos que foram feitos ao
longo dos últimos anos.
Certo é que não
descuramos o que é maravilhoso o avanço científico. As facilidades tecnológicas
a ele associadas, idem. Mas tudo tem um preço quando feito de forma
descontrolada e sob a cegueira que não há limites.
Noutro âmbito, não se
desenvolveu de igual forma o bom senso e a ética. Há autores que defendem que
neste domínio do bom senso e da ética, levamos 500 anos de atraso. Serão só
estes 500 anos? - Provavelmente, referem-se às barbaridades políticas, sociais
e religiosas de anos passados, onde predominavam as condenações à morte, as
guerras sanguinárias, as decapitações, as chibatadas, lapidações, a tortura, as
bruxarias e magias negras, a instrumentalização de Deus para fazer atrocidades
em seu nome, as loucuras que extasiavam em nome dos deuses dos selvagens
devotos que as defendiam e as explicavam sob o crivo da letra da palavra
sagrada.
Olhando para esse
passado onde predominou tudo isto, pensamos, que algum bom senso e ética prevaleceram
e avançaram. Mas, vendo bem, pode ser que nem tanto assim, porque males semelhantes
aos citados no parágrafo anterior, continuamos a assistir no nosso tempo. Hoje,
malgrado continuamos com a humanidade a viver o seu melhor e o seu pior. Pois,
há sempre uma parte que avança no bom senso e preocupa-se com a ética, mas
outra parte em todos os cantos da sociedade continua a destilar o veneno da
violência e a desejar que se cometam barbaridades contra os seus semelhantes, particularmente,
os mais frágeis e indefesos. As religiões neste domínio também continuam a
legitimar uma quota-parte neste campo da violência.
É tempo de renovar
desejos e propósitos positivos. Os tempos são difíceis. Mas não devem faltar
forças para que a par dos avanços científicos e tecnológicos, avancemos também
no campo do bom senso e da ética. Pois, trata-se de salvarmos a humanidade e a
nossa casa comum, o Planeta onde habituamos.
Almejamos o fim das
guerras e que se abram todas as portas do diálogo fraterno para a resolução de
todos os conflitos. Não ao progresso ilimitado, desregrado e sem ética. Mas
sejamos todos por um desenvolvimento humano onde não deixe ninguém de fora.
Sem comentários:
Enviar um comentário