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sexta-feira, 15 de abril de 2022

Sexta Feira da Paixão de Jesus

 

O mundo está nublado, os rios de pessimismo descem os montes, querendo irrigar de desesperança, as terras onde nós vivemos e sonhamos. As flagelações de hoje de Jesus são as várias crises; a escalada dos preços que prejudica as famílias seriamente, a falta de confiança na política e nos políticos, o desprestígio da nossa Igreja Católica… É caso para gritarmos: Senhor, para onde vamos? Como gritou Jesus no alto da sua cruz: «Pai porque me abandonaste!»

Olhando a para a cruz de Jesus, rezo que faz falta um atendado de bondade e que precisamos de «kamikazes» do amor dispostos a dar a vida para abrir as portas de emergência deste mundo encurralado pelas suas próprias ameaças e agressões.

Faz falta, muita falta acreditar no Homem. Embora seja tão difícil ser homem neste mundo.

A cruz de Jesus diz-nos que fazem falta valentes descargas de esperança, transfusões de ideais e valores, que construam sempre mais e mais ao ponto de suplantarmos a capacidade destrutiva desta humanidade que somos capazes do melhor e do pior simultaneamente.

Eu olho para Jesus na cruz e volto a acreditar na humanidade que é mãe que amamenta; pai que protege; filho que não esquece e cuida; jovem solidário e sempre pronto para partilhar; adulta em geral que trabalha e sonha um mundo melhor; envelhecida que ensina e testemunha que a vida valeu a pena… E creio também na humanidade paradoxal: no anjo e no taliban, no fanático e no terno, no terrorista e no missionário, no homem que sou e no que tu és também.

Não estamos órfãos. Deus está no meio de nós. Nós estamos uns com os outros, somos humanidade que vale sempre uma aposta, uma oportunidade.

Daí que seja sempre assustador o homem solitário, encurralado no seu ego arrogante, nas suas manias fixistas, cercado pelo fanatismo de si mesmo. Nada é mais perigoso que ser órfão de amor e indiferente a Deus, tornando-se auto suficiente, e assim dominador da vida dos outros. Uma humanidade amordaçada pelas leis torna-se exclusivista, sem consciência da igualdade e da fraternidade.

Nada mais assustador que uma humanidade encerrada na torre do orgulho, do egoísmo, ameaçada pelos talibãs do materialismo puro e duro sem asas para voar na direção da transcendência e no sentido da eternidade.

A pessoa humana enjaulada de qualquer forma e a pretexto do que quer que seja é um desastre. É um tremendo perigo o Homem enjaulado, escravo de si mesmo e levado pelas maquinações da lógica do mundo totalmente
voltadas para o lucro e a ganância. Um Homem encurralado deixa de existir. Um Homem assim procura as sombras para se esconder.

Não seja em vão este dia nem apenas um intervalo da rotina. Mas, memória do que somos e lembrança da grave responsabilidade que sobre nós pesa de fazermos um mundo livre de violência, porque sabemos sempre fazer sobressair de nós o melhor que temos e somos.

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