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sábado, 9 de abril de 2022

Ramos de oliveira


Não vás para longe!

vem aconchegar o meu peito

aqui junto à fonte da água viva em mim...

Tenho uma vontade doida de contar-te

que adiar a paz é loucura sem fim.

 

Não vás para longe;

porque eu apenas vejo é aqui.

mas se o olhar não cintila como antes,

e se as tuas palavras são picantes,

volta para o teu teatro onde não sentes.

 

Não vás para longe!

Tenho receio de uma queda fatal,

o silêncio deste momento é pesado…

É o uivar do vento nas folhas,

há morte sem amor e ninguém que as recolha.

 

Não vás para longe!

vive como antigamente,

nunca era demais o sentido abraço,

que havia entre Deus e os Homens…

Agora um grilhão de ferro,

é cravo para um embaraço,

onde é hesitante e depois,

que nos perde é o cansaço e a inquietação.

Deves pensar que é inglório,

em vez de matar ceder o coração.

 

Não vás para longe!

Fica entre nós. O tempo é tão cedo!

Os canhões continuam a ribombar,

são as nuvens quando lhes dá para trovejar,

cai a tempestade sobre os ramos sofredores

por isso estou eu a pensar,

que tenho medo

de um mundo que não lavra,

a simbiose do silêncio e a palavra.   

 

Não vás para longe!

Pela sombra negra da solidão,

como que sem pés e sem ideais,

volta para junto das águas que eu conjugo,

levado pela corrente nos beirais,

onde eu andei livre nos tempos estivais.

 

Não vás para longe!

Eis que além se avista o sossego,

uma alma em ti contra o cansaço,

é um chão fértil que a lâmina cava…

 

O céu rasgado em duas metades

Como uma paixão,

é sempre o mais alto da luz que brilha

dentro de ti como uma explosão.

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