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terça-feira, 26 de abril de 2022

O espanto como caminho de salvação

 

O Cristianismo, marcado por tantos momentos trágicos, onde descobrimos também o quanto foi prejudicial à humanidade, contrariando o que preconizava na sua essência, o amor ao próximo como a única possibilidade de entendimento e salvação humana. Mas, se foram muitos os algozes dessa fatalidade infeliz, como pioneiros do horrendo e da maldade contra as pessoas, também há os que foram mártires e pioneiros do amor, ao jeito de Jesus Cristo, a favor da libertação humana.

Porém, apercebemo-nos hoje que o amor não parece ser o caminho. O ódio e a intolerância marcam os dias. Por isso, não sendo possível o caminho do amor, seja o espanto ou o assombro do mistério que abraça a todos sem distinção. Jorge Luis Borges confirma isso mesmo: «Não é o amor que nos une, mas o espanto».

É preciso escolher um caminho entre os vários caminhos que estão aí presentes diante dos olhos de todos. O que queremos mesmo para nos salvarmos, é o espanto, é a vida ou são as bombas, a guerra... 

O espanto, até pode ser no lugar do amor, como já dissemos. A vida é a maior riqueza e não temos alternativa a esta. A guerra, arrasta destruição e morte. Tudo são evidências incontornáveis. 

Seguro é que no caminho da guerra sofrem e morrem os povos, e ficam feridas com agudo sofrimento insanável para sucessivas gerações. O Papa Francisco disse-o sem tibieza: «A guerra é feita pelos governos e é padecida pelos pobres e pela gente comum». Não nos faltam provas cabazes que confirmam a acutilância deste pensamento.

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