
CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 10 de Fevereiro de 2010 (ZENIT.org) - Apresentamos, a seguir, a catequese dirigida pelo Papa aos grupos de peregrinos do mundo inteiro, reunidos na Sala Paulo VI para a audiência geral.
Nos “Sermões”, ele fala da oração como uma relação de amor, que conduz o homem a conversar docemente com o Senhor, criando uma alegria inefável, que envolve suavemente a alma em oração. António nos recorda que a oração precisa de uma atmosfera de silêncio, que não coincide com o afastamento do barulho externo, mas é experiência interior, que procura evitar as distrações provocadas pelas preocupações da alma. Segundo o ensinamento deste insigne Doutor franciscano, a oração se compõe de quatro atitudes indispensáveis que, no latim de António, definem-se como: obsecratio, oratio, postulatio, gratiarum actio. Poderíamos traduzi-las assim: abrir com confiança o próprio coração a Deus, conversar afetuosamente com Ele, apresentar-lhe as próprias necessidades, louvá-lo e agradecer-lhe.
António escreve: “A caridade é a alma da fé, é o que a torna viva; sem o amor, a fé morre” (Sermões Dominicais e Festivos II).
No começo do século XIII, no contexto do renascimento das cidades e do florescimento do comércio, crescia o número de pessoas insensíveis às necessidades dos pobres. Por este motivo, António convidou os fiéis muitas vezes a pensar na verdadeira riqueza, a do coração, que, tornando-os bons e misericordiosos, leva-os a acumular tesouros para o céu. “Ó ricos – exorta – tornai-vos amigos (...); os pobres, acolhei-os em vossas casas: serão depois eles que os acolherão nos eternos tabernáculos, onde está a beleza da paz, a confiança da segurança e a opulenta quietude da saciedade eterna” (Ibid.).
Não seria este, queridos amigos, um ensinamento muito importante também hoje, quando a crise financeira e os graves desequilíbrios económicos empobrecem muitas pessoas e criam condições de miséria? Em minha encíclica Caritas in veritate, recordo: “A economia tem necessidade da ética para o seu correcto funcionamento; não de uma ética qualquer, mas de uma ética amiga da pessoa” (n. 45).
Que estas sejam uma apresentação eficaz da eterna beleza de Cristo, precisamente como recomendava Santo António: “Se pregas Jesus, Ele amolece os corações duros; se o invocas, Ele adoça as amargas tentações; se pensas nele, ilumina-te o coração; se o lês, sacia-te a mente” (Sermões Dominicais e Festivos III).
Imagem tirada de: cpsantaluzia.blogspot.com
2 comentários:
Padre José Luís, o seu a seu dono. A reflexão de Bento XVI está muito bonita e faz-nos meditar sobre a crise que, ora, estamos a passar. Gostei muito da observação do Papa "etíca de amor e não uma ética qualquer" o Mundo precisa dessas palavras pq está seco e os sacerdotes deveriam ler o seu blogue o de hoje e de outros dias de fazer deles as suas homilias. A Oração de Santo António senão fôr lida nas Eucaristias as quais como dizia o saudadoso Pe.João Resina estão secas. Os seus blogues e as suas homilias e esta catequece de Bento XVI fertilizam essa tal secura e talvez tornar-se-ão um oásis de bons ouvintes e consequentmente de praticantes do Evangelho. Se não teremos que fazer a pregação aos peixes.
Talvez que fosse proveitoso o envio desta reflexão, pelo Vaticano, a todas as paróquias do mundo para que, os seus responsáveis a interiorizassem.
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