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Aqui me tens, meu Deus, em confissão.
Não roubei. Não matei. Não caluniei.
Mas nem sempre segui a tua lei,
nem sempre fui a irmã do meu irmão.
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Não recusei aos outros o meu pão.
Amor, algumas vezes, recusei.
Mas por tudo o que dei e o que não dei,
eu te peço, meu Deus, o teu perdão.
...
Perdão para os meus erros conscientes
e para os meus pecados inocentes,
para o mal que já fiz e ainda fizer...
....
Perdão para esta culpa original,
longo e complicado mal:
o crime sem perdão de ser mulher.
Fernanda de Castro (1900-1994)
Poema lindíssimo sobre o perdão, porque estamos em tempo de reconciliação. Eis um texto sobre a procura do perdão para a repressão que se sofre só pelo facto de se pertencer a determinada condição. Pecado maior do que esse não existe, e pelo que se vê a humanidade inteira carrega esta mancha. Valha-nos o Natal de Jesus redime tudo isso.
7 comentários:
É difícil ser mulher...Ainda hoje o é...Coisa incompreensível essa!Nascer e ter logo defeito...
Bom fim de semana*
Hoje já não é tanto. Mais ainda é. E enquanto for...
Belo poema e bela mensagem.
M. e Tilida: tristemente a condição de ser mulher é vista ainda hoje como realidade inferior, diferente do ser homem. Pena. Digo com muita pena que a Igreja Católica ainda não tenha ainda elevado a mulher ao patamar da igualdade com o homem. Não é uma tristeza que a Igreja defenda e ministre 7 sacramentos para os machos e apenas 6 para as fêmeas? - Refiro-me ao Sacramento da Ordem, ao qual as mulheres não podem aceder. Faz pensar...
A Mulher de hoje não precisa que a Igreja "a eleve ao patamar da igualdade", ainda que seja a pr´pria Igreja a sofrer com esse atraso.A Mulher dignifica-se a ela própria não pode é fazer papel de "rata de sacristia" e ficar pelo desfiar de avé-Marias...Estude, investigue, leia e tenha opinião própria.Seja atenta e interventiva. As diferenças aparecerão!
Ressalvo ainda o comentário de TILIDA. Nascer e ter defeito porque, conta-se figurativamente que Adão e Eva desobedeceram! Defendo o Baptismo como sinal de Cristão, não como apagador de qualquer pecado, sobretudo nas Crianças.
Pois faz. menos a quem decide...
Mas parece-me que esse dia já esteve mais longe...
Tukakubana, referia-me «ao patamar da igualdade» no que diz respeito à recepção dos sacramentos. Porque Deus nos valha se as diferenças não existirem.
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