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sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Comentário à Missa do Próximo Domingo

Domingo V Tempo Comum
6 de Fevereiro de 2011
Ser o sal e a luz do mundo
A metáfora do sal e da luz, aplicada à vida cristã, é muito interessante e faz-nos reflectir sobre a nossa missão no mundo. Já sabemos que a religião de Jesus não é uma religião de meias medidas e meios-termos, ou é tudo ou é nada. Ora, mas nem sempre o nosso coração está predisposto para acolher essa radicalidade e nem sempre o nosso entendimento é capaz de enquadrar na vida esta frontalidade de valores que Jesus nos propõe, para sermos a luz que brilha na escuridão do mundo e o sal que dá sabor a toda a vida.
Segundo a mensagem que Jesus nos quer transmitir somos desafiados a viver profundamente a radicalidade do serviço aos outros, não importando nada as manias, os pensamentos, as vivências e as opções que cada um acolhe na vida nem muito menos a condição social de cada pessoa. Nunca foi fácil conseguir as coisas boas da vida. E todos sabemos que aquelas coisas que são mais difíceis de conseguir são as mais saborosas.
Os estudantes sabem que as notas melhores foram as que deram mais trabalho e mais empenho no estudo; as mães sabem que a criança que carregam nos braços causou muito sofrimento, mas não deixam de mostrar essa dádiva com um sorriso nos lábios; a cura de uma doença ao fim de muito dinheiro gasto e de tratamentos dolorosos é algo que se partilha com prazer; o atleta que depois de chegar à meta ostenta com alegria o troféu que ganhou, sabe que isto não é resultado da preguiça, mas de muito trabalho e de muito cansaço.
Estes exemplos são modelares e podem levar-nos a deduzir que tudo o que é difícil, é sempre muito saboroso no fim quando tudo está terminado. As condicionantes não podem ser regra para viver o reino de Deus. Cada um é chamado a viver profundamente esta proximidade com desprendimento e desinteresse.
A causa do reino de Deus é a regra principal da vida cristã e diante dessa regra não podem subsistir meias palavras e meias medidas. Jesus ensina-nos que este caminho é o mais seguro para a vida. Esta verdade é muito certa, porque uma pessoa quando não sabe viver senão no ódio e no rancor contra os outros é uma pessoa profundamente triste e sem sabor. Por isso, aqueles lugares onde a injustiça, a competição desmedida entre colegas são o pão de cada dia, tudo desmorona e vive-se um ambiente pouco saudável e aí paira uma atmosfera de revolta inevitável.
JLR

3 comentários:

José Ângelo Gonçalves de Paulos disse...

Padre José Luis o texto muito apelativo a uma nova maneira de ser e de estar no Mundo. Não são precisas religiões para sermos bons, verdadeiros e honestos. Basta cada pessoas seguir os ensinamentos dos Evangelhos, que eu saiba teve como 1ª. Catedral a Montanha:O Sermão da Montanha . E toda a vida de Jesus foi pregada na rua, fora dos templos (sinagogas) quando lá foi deu uma chicotada nos vendilhões e mentirosos do templo. O "sal" e a "luz" que ele nos ensinou foi na montanha , no mar.Daí uma Igreja de pastores e pescadores. A Igreja de hoje é feita de templos sumptuosos, majestosos e de toda a canga de riquezas, luxúrias etc. Só que foram os escravos e os pobres que tiveram que construir. As hierarquias nem sequer com a ponta de um dedo se esforçaram para erguerem esse património histórico.Mais para eles -os hierarcas e homens do poder- do que para Deus. E ainda hj é assim.
O templo de Deus está no coração de cada homem e de cada mulher.Não são pedras são alegrias e tristezas os traços e trajectória da nossa Caminhada. Unica.E irrepetível.

M Teresa Góis disse...

A medida de Deus! Se perguntarmos a cada um dios homens qual a medida de Deus, encontraremos de certeza respostas diferidas, umas mais apaixonadas que outras....Eu penso que Deus não tem medida; pede, exige, aceita, sempre em liberdade. É esta ventura de poder escolher que é apelativa, não com rezas, terços, braços no ar ou lencinhos para as virgens...É o desafio do dia a dia:morrer todos os dias para se poder renascer.Mas, para isso, é preciso desprendimento, interioridade, e a certeza de que nunca nos falta A MÃO estendida.Tal como o sal no dia a dia, cada qual toma o que a saúde permite.Assim é Deus:medida cheia num dia, medida a 3/4 noutro.Sempre a mesma medida o conteúdo é a nossa liberdade de opção e entrega.

Cambará Cultura disse...

Esse "discurso" do sr José Angelo já o ouvi diversas vezes!....É claro que há muitas obras suntuosas, há coisas que se deviam dar aos pobres...Está certo! Mas tb é verdade que o homem mostra seus dons que lhe foram dados por Deus através das manifestações culturais e uma Catedral é uma manifestação de inteligência...Dizem que a Idade Média foi a idade das trevas, mas produzir as catedais medievais não era tão obscuro assim...Enfim. seu discurso é maniqueista. Perguntaram a Jesus quem era o "próximo". Aí veio a resposta: A parábola do Samaritano...Nos preocupamos muito com certas e (verdadeiras) situações da Igreja mas nos esquecemos os actos de heroismo practicados por tantos e tantos membros dessa mesma Igreja.