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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Comentário à Missa do Próximo Domingo

Domingo VII Tempo Comum
20 de Fevereiro de 2011
Ser como Deus
Segundo S. Tomás «Deus é simples e uno». Perante tais atributos essenciais de Deus, descobrimos a perfeição divina e nisso consiste a indefinição de Deus, porque Deus não é isto ou aquilo, Deus é.
Na medida em que descobrimos a criação de Deus, começamos a considerar que Deus é demonstrável, como ensina S. João Damasceno. Toda a obra de Deus manifesta os sinais da Sua presença. Por esta via compreende-se o apelo de Jesus: «sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito». Mais, se somos criação de Deus, qual o porquê deste apelo? - Porque se, por um lado, participamos na vida divina, por outro, pela natureza, carregamos ainda a limitação essencial de sermos realidade física, material. Nesta contingência da vida deste mundo, Jesus deseja que os seus discípulos sejam capazes do amor, do perdão, da amizade e da fraternidade com todos (e como grande desafio, viver esses sentimentos até com os piores inimigos - esta é a grande novidade da religião cristã).
Em nenhum momento do Evangelho Jesus nos pede que sejamos uns "coitadinhos" que se sujeitam a todas as maldades. Jesus ensina-nos, em particular, que a intolerância e a repugnância pelos nossos irmãos são atitudes contra o Reino de Deus. Os cristãos são chamados a viver mediante uma abertura constante para o perdão e para o acolhimento dos outros tal como eles são. Não é legítimo que sejamos muito exigentes com os outros e que não sejamos capazes de viver isso que se exige. Ninguém tem autoridade para pedir aos irmãos aquilo que não é capaz de fazer. De que nos serve se manifestamos muitos escrúpulos e intolerância desnecessária diante das atitudes dos outros se depois realizamos os mesmos actos despreocupadamente e sem pudor absolutamente nenhum?
- O cristianismo que nós professamos não é uma religião de simples seguidores de um plano ou projecto político ou social. É antes uma forma de vida que nos toca por dentro, porque nos convoca para o seguimento de uma pessoa concreta que nos fala e nos desafia para atitudes de amor, isto é, os outros deixam de ser só semelhantes, para serem irmãos que devemos acolher e amar desmedidamente.
JLR

2 comentários:

José Ângelo Gonçalves de Paulos disse...

Padre José Luís novamente um texto muito bonito. Erguido com base no Sermão da Montanha -única catedral que Jesus criou para catequizar mulheres e homens. Unica Escola Teológica que Ele nos deu. Sem direitos canónicos e ostentações.Tudo no campo e no mar. Será que a igreja católica com o papado e o bispado são representantes dessa Igreja fundada por Jesus? Penso que não. Apesar de tudo, aqui e ali, nascem sinais dessa presença de Jesus no Mundo é o caso da Madre Teresa de Calcutá que com a sua humildade e entrega total aos mais pobres é um sinal conspícuo desse Deus que eu acredito.Tal como Helder Cãmara,Oscar Romero, a Irmã Dorotty, Abbé Pierre, Soror Emanuell e á própria Teologia da Libertação e todos os teólogos promissores de uma Nova Igreja tal como Hans Kung. Este apóstolo do diálogo inter-religiooso como via para a PAZ. Sororidade e Fraternidade é o que o Mundo precisa no tempo actual. Não precisamos de um novo Deus, queremos é uma Igrejam Outra. Mais próxima do Evangelho das Bem-Aventuranças. Vem, Senhor Jesus!!!

José Luís Rodrigues disse...

Obrigado. Todos os exemplos excelentes que referiu, foram nados e criados nesta Igreja, que mesmo assim, continua a dar ao mundo grande figuras e grandes obras. Tudo o resto fica nas calendas to tempo. Só os sinais proféticos fazem história e nisso está a acção do Espírito Santo.