Domingo XVI Tempo Comum
17 de Julho de 2011
O Reino de Deus em parábolas
O livro da sabedoria, escrito em Alexandria na 1.ª metade do séc. I a. C..
A 1.ª leitura de hoje é tirada da parte final do livro. Nesta passagem descobrimos que Deus, sendo todo-poderoso, podia manifestar-Se com poder, castigar e sanear todos os malvados que não o acolhessem e amassem. Deus não se entrega como os pequenos tiranos a manifestações de fúria. Mas, descobre-se um Deus «justo» misericordioso e compassivo. No entanto, o autor afirma que Deus condena todo o mal, não o faz com tirania, mas com toda a indulgência de modo que todos se possam arrepender. Assim, devemos nós os crentes ser tolerantes e sempre esperar pacientemente a conversão e a mudança dos outros. Esta esperança deve fazer parte das nossas vidas para que os males dos outros não nos vençam e nos conduzam para a violência e à inquietação incontrolável perante as limitações que a vida dos outros muitas vezes apresenta e que tanto prejudica a nossa vida. Devemos seguir o exemplo de Deus e isso nos salvará. A aprender a relativizar e a relevar parece-me um bom princípio para ter paz interior.
Depois dos gemidos que passamos nesta vida material, na expectativa do bem maior que vamos depois alcançar, São Paulo, aponta os gemidos do Espírito para que o destino do cristão à vida nova e à glória são seja frustrado perante as misérias e limitações da vida deste mundo. O Espírito estabelece uma feliz comunhão entre a aspiração do cristão e a vontade de Deus. Na nossa intimidade, pela oração, descobrimos a acção do Espírito, que nos revela Deus como Pai, para depois sentirmos o abraço do Seu amor como Mãe.
O Evangelho, propõe mais três parábolas sobre o Reino, seguidas de uma explicação sobre o trigo e o joio. As parábolas são transmitidas às multidões e as explicações em casa aos discípulos. Muito curiosa esta nuance do Evangelho. A parábola do trigo e do joio, põe em confronto duas atitudes: a do dono do campo (paciência) e a dos servos (impaciência). Só a atitude de Deus – o «dono do campo» – é salvadora. Eis um convite de Jesus aos discípulos para conterem a sua impaciência e dominarem o seu «puritanismo» até ao tempo da «ceifa» (imagem do juízo definitivo de Deus). Neste mundo, o Reino de Deus deve crescer lado a lado com o mal. Agora é o tempo da espera, não o do juízo nem cabe a nós fazermos a colheita. A terra, a semente, o semeador são do domínio de Deus, nós, somos apenas instrumentos que procuram descortinar a Sua vontade. Só Ele sendo o «dono» do Reino pode julgar com justiça quem a Ele pertence ou não.
As parábolas do grão de mostarda e do fermento querem realçar as atitudes singelas e anónimas, que no meio da massa podem fazer brilhar muita coisa e sem elas o mundo não avança. Era a Beata Madre Teresa de Calcutá que dizia que o nosso trabalho pode ser uma gota num oceano imenso, mas faltando essa gotinha, o oceano será menor. Por isso, adiante com a nossa vida sempre para o bem para que a felicidade esteja nos nossos corações e outros com ela possam alegrar-se e experimentar a beleza da vida.
JLR
1 comentário:
Padre José Luís, linda catequese é esta que nos dáis todos os domingos. Realmente,a messe é grande, mas falta-nos trabalhadores idóneos, competentes e verdadeiros no testemunho do Evangelho do Senhor Jesus. Não obstante, existir estudos académicos de exegetas, teólogos, epistemólogos . O Evangelho tem sempre as expressões campestres. È a tal religião dos simples" de que falava o teólogo José António Pagola. E foi com eles que Crsito fundou a sua IgrejA TENDO COMO cATEDRAL o Sermão da Montanha. O Crisrianismo está assente na serra, montanhas e mares.A pesca.Depois Constantino deu cabo disto tudo. Ergueram-se templos sumptuosos com vestes imperialistas de papas e bispos.A simplicidade é letra moorta nos tempos de hoje. Queremosuma Igreja despida e singela tal como o Senhor no-la deu.Uma Igreja Pobre .
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