Domingo XIX Tempo Comum
7 de Agosto de 2011
Vencer o medo
Na montanha, o profeta Elias experimenta a presença de Deus. Deus manifesta-se de modo silencioso e pacífico, não no «vento forte» nem no «tremor de terra», nem no «fogo», mas na «brisa suave». Quando a sente, Elias saiu e ficou à entrada da gruta, cobrindo o rosto com o manto, porque nenhum homem pode ver a Deus face a face. Este gesto define a atitude do profeta, entrega-se confiante à acção de Deus e está disponível para o Seu serviço. Precisamos de profetas que se animam com a «ligeira brisa» e que os faça sair da «gruta» do medo e da falta de coragem para revelar toda a verdade da esperança e do amor de Deus em favor de todos, numa luta sem tréguas contra todas as injustiças deste mundo. Precisamos de profetas que denunciam a escravidão do egoísmo, da lógica que tornam os pobres cada vez mais pobres e os ricos cada vez mais ricos. O profeta de Deus, é aquele que não se afunda nas águas impetuosas do mar da vida, mas confiante este a mão Jesus, o salvador, para salvar-se a si próprio e levar adiante a salvação dos outros. São este que Jesus protege e envia para o mundo.
O Evangelho de João diz-nos que, após a multiplicação dos pães, as multidões queriam aclamar Jesus como rei. Jesus foge das expectativas de um Messias triunfalista cheio de poder. Por isso, Jesus despede a multidão, manda os discípulos para o barco e retirou-se para o monte para fazer oração. Este trecho de Mateus, tempestade no Mar, Jesus que caminha sobre as águas, cena de Pedro com Jesus revela elementos típicos das aparições de Jesus após a ressurreição. A tempestade tem a ver com as perseguições e todas as dificuldades que aqueles que seguem Jesus sempre encontrarão na sua acção. O mais importante salientar é que nessa contingência, o pior que pode acontecer será o medo e a falta de fé em Jesus que acompanha todos aqueles que trabalham em seu nome. Pedro destaca-se neste episódio para revelar que, ele assumindo o primado não pode deixar de confiar em Jesus que sempre está por perto para ajudar a vencer os receios e puxar para cima todos os que se afundam no medo e na ausência de esperança. É curioso que logo que Jesus subiu para o barco, o vento amainou. Que nesse vacilar, ninguém se esqueça de estender a mão...
São Paulo manifesta o seu desgosto, ao ponto de desejar ser separado de Cristo, pelo facto de os israelitas não terem aceite Jesus como Messias. O povo de todas as condições religiosas para aceitar Cristo, o enviado do Pai, recusou-O. Neste sentido, Paulo apela ao perdão e antes desejava ser prejudicado em favor da salvação de muitos. E mais ainda, confia São Paulo que essas condições favoráveis em relação ao povo judaico (a adopção, a glória, a aliança, a lei, o culto, as promessas, os patriarcas) não se apagarão pelo facto de terem recusado aceitar Cristo. Este sentimento não é um puro sentimentalismo beatífico em relação aos que não creiam, mas uma forte esperança na bondade de Deus acontece de muitas formas em todos os corações, mesmo até naqueles que recusaram uma aceitação mais explícita e concreta de Jesus Cristo.
JLR
1 comentário:
Padre José Luís um testo pertinente a focalizar os problemas dos cristãos do mundo de hj. Todavia, penso que Elias foi influenciado pela cultura grega a qual apresentava deuses muito distantes e afastados dos problemas dos homens. Platão apresenta-nos a alegoria do mito da caverna. Só Jesus é que nos trouxe um Deus (Pai) próximo e feito Homem(Filho) , daí que alguns hereges ou dessidentes não queriam divinizá-lo a Ele, Jesus Cristo. Deus é Pai pq Cristo ensinou-nos a sermos irmãos e irmãs uns dos outros .Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos e dizia S.João de que serve amar a Deus que não O vemos se não amarmos os irmãos e irmão que os vemo-Lo(a)s. Essa proximidade de Deus está nesse altar onde se salienta o Pão e o Vinho frupo do trabalho de mulheres e homens a repartir oP
ão da Igualdade , da Liberdade e da Justiça.Aconselho-vos a ler o magnifico livro do domenicano Frei Jos´
e Augusto Mourão, recentemente falecido, e que deixou-nos muitas obras entre as quais esta: Quem Vigia o Vento Não Semeia (da editora Pecra Angular) na pagina 20 Corpo de Corpos. A ligação do corpo com a eucaristia e que põe fim a um deus distante e abstracto e coloca em relevo o Deus de Jesus e que é Ele no contcto com as alegrias e tristezas das mulheres e dos Homens. Um Deus Presente e que comunga connosco para nos dar Esperança. Vem, Senhor Jesus queremos caminhar contigo....!
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