Roque de Montpellier (Mompilher), conforme à tradição, nasceu nesta cidade francesa numa família da classe nobre ou ao menos da rica burguesia mercantil. O pai chamava-se João, a mãe Líbera (ou Franca) e segundo algumas fontes teria sido oriunda da Lombardia. No que diz respeito ao apelido, alguns historiadores propuseram uma família «Delacroix», outros «Roq» ou semelhantes, apoiando assim a tese de que Roch não seja um nome mas sim um sobrenome; porém depois de anos e anos de pesquisas as várias hipóteses não levaram a nada de realmente concreto.
Conforme à tradição, Roque cresce num meio ambiente profundamente cristão e manifesta bem cedo sinais de santidade. Pelos vinte anos de idade perde ambos os pais e toma a decisão de viver a fundo o exemplo de Cristo; vende todos os seus bense veste o traje do peregrino, fazendo o voto de ir a Roma. Mas a longa viagem dele na Itália padece contínuas deviações, para acompanhar a difusão da peste. Com efeito, Roque, em vez de fugir do contágio, põe-se corajosamente ao serviço dos doentes, os ajuda e os reconforta, e até obtém de Deus a faculdade de curá-los milagrosamente.A primeira das etapas assinaladas é Acquapendente, na província de Viterbo. Roque chega aí por volta de 1367 e vai, como de costume, para um hospital, apesar da resistência do prior, Vicente, que não queria expó-lo ao contágio. Entra depois a Roma neste ano ou no seguinte, tendo Urbano V regressado pouco antes do exílio francês de Avinhão onde os pontífices ficaram quase sessenta anos, e aqui cura um misterioso cardeal ou alto prelado, que por gratidão o apresenta ao papa, numa emocionante audiência particular. Mora em Roma alguns anos, e depois retoma o caminho em 1370-71. Em Placência contrai a peste e logo tem que afastar-se do povoado; abriga-se num bosque – de acordo com a tradição, perto de Sarmato – e escapa da morte por fome graças à um cão, que cada dia lhe traz um bocado de pão. O rico dono do animal é o nobre Gotardo (geralmente tido por membro da família Pallastrelli, mas há dúvidas sobre isso), o qual, alertado pelos vaivéns do cão, segue-o e descobre o abrigo de são Roque; dentro em breve torna-se seu discípulo e consagra-se também a Cristo, renunciando aos seus bens. Depois de sarado, Roque despede-se do amigo e decide voltar à pátria.Os antigos testemunhos sobre os últimos anos da vida dele já não ficam sustentáveis. Ele não morreu em Montpellier, como parece indicar Diedo, nem em Angera, como afirmam os Acta Breviora. Roque acha-se envolvido numa guerra, talvez a entre o Ducado de Milão e a aliança em volta do Estado da Igreja (1371-75); a zona de Placência era com efeito um dos pontos nevrálgicos do conflito, logo parece verossímil que Roque, depois de ser preso como «espião», seja levado para Voghera, onde encontrava-se Castellino Beccaria, o superintendente militar dos Visconti. Cativo por quase cinco anos, Roque vive aquela prova como uma espécie de purgatório de expiação dos pecados e morre aos 16 de agosto, num ano entre 1376 e 1379.
Imagem: a foto de São Roque que ilustra este texto, é uma magnífica imagem de Machado de Castro, que está por destrás do altar da Igreja de São Roque do Funchal. Uma imagem riquíssima e muito bela. Nestes dias é o centro das atenções na Paróquia de São Roque do Funchal, celebra-se a festa em sua honra nesta paróquia. Bom fim de semana para todos...
1 comentário:
o senhor sao roque morreu a 16 de agosto ou nasceu nesse dia???,ouvi dizer k ele nasceu a 16
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