Declarações raras, notícias raras e pessoas ainda mais raras nos tempos que correm. Eis as preciosidades: «Quando assumimos cargos ou funções temos que pensar no serviço público que prestamos» e mais: «Eu assumi um compromisso, não vou reagir, nem comentar o que se diz de bem ou mal sobre mim. Isso não interessa, a pessoa aqui interessa pouco. Quando assumimos cargos ou funções temos que pensar no serviço público que prestamos. Quando assumi este lugar sabia ao que ia de modo que a pessoa interessa muito pouco, interessam as funções que desempenho», dixit o sr. juiz Paulo Barreto, no Diário de Noticias de hoje. Vamos apoiar este homem, porque está a ser acossado por gente que de verticalidade, consciência de missão e interesse público estão a léguas. Por isso, mijam-se e bêbedos de arrogância e auto convencimento no alto dos seus pedestais (vulgo entre nós, molhes) acham que podem mijar tudo e todos. Indignação é preciso.
Hoje dia de Nossa Senhora da Assunção, entre nós Nossa Senhora do Monte, proclamamos nas missas o «Canto de Maria» o «Magnificat». Esse canto maravilhoso que enaltece as maravilhas de Deus e aponta os caminhos de libertação do futuro.
Neste dia, nas muitas missas celebradas por todo o lado, o nosso povo ouve da mesa da palavra o seguinte: «Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes» (Lc 1, 52). É caso para perguntarmos: ouvirá as explicações correspondentes aplicadas à realidade concreta de hoje? Ou antes a sempre vazia explicação que mais serve para anjos do que para gente deste mundo? - A meu ver o sr. juiz Paulo Barreto dá-nos uma lição extraordinária de como se deve viver perante os tais poderosos e dos pretensiosos dominadores de tudo. Eis uma grande homilia de um juiz. Às vezes os padres abdicam de ser profetas e outros sem o terem que ser obrigatoriamente, assumem essa condição e dá-nos lições maravilhosas. Ainda bem.
Maria louva Deus porque constatou que quando alguém se eleva de forma indevida, injusta ou titânica, Deus o coloca no seu devido lugar. O orgulhoso é um mentiroso pois supervaloriza-se indevidamente. Um orgulhoso é incapaz de valorizar outras pessoas. Não sabe conviver com a crítica nem com a diferença. E muito menos se submete às regras e se as deseja não são para si mas para os outros. São os escribas e fariseus que impõem os fardos pesados aos simples, mas que eles nem com a ponta do dedo são capazes de lhe tocarem.
Mais se ouvirá de Maria o seguinte: «Encheu de bens os famintos e aos ricos despediu de mãos vazias». Esta mulher, tem certeza de que a justiça triunfará, mesmo que tudo indique o contrário. Neste sentido, também nos prostramos diante deste desejo. E pelo mesmo caminho o poeta idealizou e disse-o à maneira de Maria, «Quando é que passará esta noite interna, o universo, / E eu, a minha alma, terei o meu dia? / Quando é que despertarei de estar acordado?» (Poema «Magnificat», Álvaro de Campos). Muitas vozes de ontem e de hoje apontam para o futuro. Quem tem ouvidos que oiça. Abraço e bom dia santo para todos.
JLR
2 comentários:
Na verdade, sobretudo nesta Região, é difícil desempenhar um cargo, ter uma opinião. A resposta que o dr. Juiz deu hoje publicamente talvez se deva à saturação da falta de educação dos ppd's desta terra.Orgulhosos sim, vazios de valores, de dignidade.
É preciso denunciá-los.
Já não é a 1ª vez que este este bom homem, juiz de profissão, e meu amigo foi "enxovalhado" por AJJ: Em 2003 acedeu ao meu convite de integrar a minha lista candidata às eleições da União Desportiva de Santana (candidato ao lugar de presidente da Assembleia Geral. Já nessa altura se bem se lembram, pois foi noticia na comunicação social, que a minha lista foi adjectivada de FORMIGA BRANCA pelo Presidente do GR aquando da inauguração da sede do clube, num claro aviso que era preciso derrotar-nos fosse com que meios fosse a favor da outra lista encabeçada por António Candelária. E "ganharam" as eleições do clube com truques e mais truques... e o resto a história tem se encarregado de dizer neste últimos 8 anos!
Portanto, o Dr. juiz Paulo Barreto já está mais que vacinado contra tudo e contra todos.
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