Domingo de Cristo Rei do Universo
20 de Novembro de 2011
"Deus será tudo em todos"
1Cor 15, 20-26ª,29 (20-26,28)
Alguns mestres ensinavam que não havia ressurreição dos mortos. Para refutar esta falsa doutrina, o Apóstolo Paulo primeiro estabeleceu uma base comum com os seus leitores, afirmando a ressurreição de Cristo. A evidência da ressurreição de Cristo é esmagadora. Não há confirmação mais forte de um evento histórico pelo testemunho ocular. No caso de Jesus, mais de quinhentas pessoas viram Jesus vivo depois que ressuscitou. A sua ressurreição não pode ser razoavelmente negada, e assim prova que há ressurreição dos mortos.
Por isso, as consequências da ressurreição de Cristo, são também evidentes. Cristo ou foi ressuscitado ou não. Se não foi, então a pregação apostólica foi em vão, porque acusavam Deus de algo que ele não tinha feito, e a fé é vã porque se apoia na ressurreição de Cristo. Se Cristo foi ressuscitado então todos os crentes serão ressuscitados com ele. Cristo foi o primeiro dos frutos, um sinal e uma garantia de farta colheita. Observe-se o raciocínio de Paulo: a meta máxima de Deus para o universo é que Cristo devolva a soberania de tudo a Deus depois de derrotar todos os inimigos. O último inimigo a ser derrotado é a morte, a qual Cristo venceria pela ressurreição. Sem esta, Cristo não venceria o último inimigo. Ele não entregaria o Reino a Deus e não seria depois "tudo em todos" ou o rei supremo de toda a criação. A negação da ressurreição frustra todo o plano de Deus para o universo.
Se não há ressurreição, o baptismo não tem sentido. Se for assim, aqueles que estavam sendo baptizados acreditando na ressurreição estavam apenas sendo baptizados para os mortos, para a sepultura. O sofrimento de Paulo e as escapadas por um triz da morte foram absurdas se esta vida é tudo o que existe. De facto, se não há ressurreição, deveríamos viver intensamente aqui, porque amanhã morreremos e tudo acabará para sempre. Mas, não a nossa condição divina, recebida no baptismo, que nos aponta uma outra realidade suprema, Deus, onde seremos felizes eternamente.
Mas, afinal, como são ressuscitados os mortos? Os oponentes de Paulo obje-ctaram contra a ressurreição porque não podiam imaginar como poderia acontecer. Paulo explicou a ressurreição por analogia. Enterrar um corpo é como plantar uma semente, porque a planta brota da semente, mas não se parece com ela. O corpo ressurgido sai do corpo enterrado, mas não se parece com ele. Deus tem muita experiência em preparar corpos adequados, por isso será capaz de providenciar facilmente um corpo adaptado à nossa existência eterna. Quando Cristo retornar, os mortos serão ressuscitados com corpos glorificados, os vivos serão mudados instantaneamente e todos serão levados ao grande julgamento do trono de Deus. A promessa de ressurreição deve motivar todos a perseverar e esperar no Senhor.
JLR
2 comentários:
Creio na ressurreição da carne...senão, o que faria eu na Igreja? E na Santa Missa, principalmente na Eucaristia? Comungar um morto??
E vamos a caminho (quase) do Advento!
Abraço.
Graça
Padre José Luís gostei muito deste texto .Muito ligado à teologia paulina. Naturalmente, que não estou a aguardar a união dos meus ossos e guarnecê-lo de novo de carne. Isso seria a fé depositada nos sepulcros ou nos sarcófagos. Sei quando morrer não vou para o cemitério, mas para uma outra realidade que me transfigura no encontro com o Senhor. É esta a fé que me anima e me dá força . Dizia Marx e Engels que o que os diferenciavam dos crstão é que "nós ficamos , enquanto eles seguem" O mundo precisa do dinamismo da Ressurreição .Uma outra transfiguração, transnutação , transcorrer para tudo o que é verdadeiro.A imanência que vai para a transcendência. O humano que se faz divino e esá sp a constuir-se tal como dizia o grande Michel Quoist. A nossa fé assenta na Ressusrreição .Isto é , no encontro . Afinal acabamos encontrar Deus "face a face". Mas Ressusrreição já se faz aqui desde que queiramos transforma as coisas para melhor.Foi essa a mensagem de Jesus .
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