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quinta-feira, 3 de agosto de 2017

A festa da Transfiguração

Comentário à missa deste domingo...
1. A festa da Transfiguração do Senhor, já era celebrada no oriente no Séc. V, chegou ao Ocidente por volta de 1457. Está antes do anúncio da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus, porque serve para preparar os seguidores de Jesus para a compreensão desse mistério. Com a mesma ideia a Igreja celebra esta festa 40 dias antes da festa da Exaltação da Santa Cruz, que se celebra a 14 de setembro de cada ano. A Transfiguração, é uma teofania que manifesta a dimensão divina que está em Jesus, é uma glória que se confirmará e iluminará de fé e esperança a noite da Páscoa, com a Ressurreição de Jesus. Todos os que olharem com os olhos da alma e verem Jesus como «servo de Deus» e «Filho de Deus», não poderão esquecer que Ele é de condição divina. Veio ao encontro da humanidade, para fazer mergulhar a condição humana nessa Sua condição de divina. É isso que somos hoje, condição humana, mas também com Jesus e por Jesus, condição divina.
 
2. A visão de Daniel, revela a história segundo o olhar de Deus. Estão aí os impérios e os opressores, mas o plano de Deus é o mais seguro, não falha, porque assenta na justiça e na paz. Ele será o juiz, que vai avaliar as ações humanas e vai resgatar toda a realidade humana que não esteja dentro do seu projeto de felicidade. Perante os reinos terrenos, o ancião, do livro de Daniel confia o Reino de Deus a um misterioso «filho de homem» que vem sobre as nuvens. É um homem semelhante a todos os demais homens, mas é de origem divina. Jesus no Evangelho sempre se identificará com esse «filho de homem», permitindo assim confirmar-se Nele a visão de Daniel.

3. A carta de São Pedro, assume que os apóstolos de Jesus são os principais portadores do acontecimento da Transfiguração, porque viram e ouviram a glória divina que em sublime teofania proclamou «o Filho muito amado do Pai», Jesus, o Mestre de Nazaré. Porém, a palavra antiga anunciada pelos profetas continua a ser «uma lâmpada que brilha num lugar escuro», até ao dia em que Cristo virá com a sua glória e se tornará luz eterna para toda a humanidade. Por isso, o anúncio de Jesus Transfigurado é o alimento da nossa fé e justifica o sentido da esperança, neste mundo carregado de desafios e contingências nem sempre fáceis de suportar. A luz de Deus deve brilhar no coração de cada pessoa que se move pela fé e pela esperança, para que todas as trevas do dia a dia, sejam dissipadas do coração de tanta gente que mergulha no desespero e na fatalidade da falta de amor e de justiça. Um sorriso, um aperto de mão, um pão partilhado, uma palavra de perdão, um conselho, uma festa convívio fraterno e tantos sinais onde cada um pode ser a diferença.

4. A Transfiguração, é a glória de Deus manifestada em Jesus como sinal de que Ele é o Filho de Deus, Servo Sofredor, pela salvação da humanidade. Jesus além da Sua identidade humana, tem também uma identidade sobrenatural. Moisés e Elias, aparecem neste momento da Transfiguração, porque foram testemunhas de um êxodo distinto do de Jesus, mas semelhante na fidelidade absoluta a Deus. A Transfiguração, a manifestação divina, ilumina o caminho terreno, que envolve Pedro e os seus companheiros, que foram tomados pela nuvem (a nuvem simboliza a presença divina). Pois, serão eles, Pedro, Tiago e João, que recebem a luz resplandecente, que a voz confirma ao proclamar a identidade de Jesus. É Ele, o «Filho do homem», mas é também o «Filho de Deus», que está no meio de nós, para nos confirmar na fé e na esperança, dizendo-nos que não somos deste mundo, mas pertencemos ao Reino da luz eterna de Deus. Assim, devemos proceder transfigurando o mundo e a vida à nossa volta, para que todos possamos sorrir na paz, na luz do amor e no fermento da fraternidade. Estes são os sinais transfiguradores que podemos oferecer à nossa vida para o bem de todos.

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