I Domingo do Advento Ano
C – A vinda
Vinde
bater à porta de um coração de água
uma
fonte que brota entre as mãos do ser mãe
daquelas
mães que amassam a vida e o sonho
sobre
as pedras soltas da solidão dos dias
quando
a sede e a fome são passos em volta
no
caminho aberto pelo choro de uma criança.
Amo todas as sombras se são anúncios desencantados
sobre este chão do mundo que caiu em desuso
até se fundir completamente para sempre
naquele inesquecível pôr do sol na linha fervilhante do mar
era a hora de esperar o clarão da tua vinda Senhor
as pontas soltas de uma estrela, o teu anjo
os sons celestes que nenhum grito humano advinha
e os olhos das criaturas por muito amadas que sejam
fazem esquecer esta notícia da luz que vem pelas mãos.
Amo fortemente a ideia de um rosto que imagino ver
sorrindo inclinado para mim em todas as horas
como uma criança que se desprende do colo
desejando andar no chão pelo seu próprio pé.
JLR
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