Um Pedro é o Dr. Pedro Ramos, Secretário
Regional da Saúde. O outro Pedro é o Dr. António Pedro Freitas, Presidente da
seção regional da Ordem dos Médicos.
Sobre as conversas de ambos na
comunicação social (as entrevistas para mandar picardias a um e a outro) tenho pena
um deles não se chamar Paulo, porque podíamos utilizar o aforismo popular, «se
Pedro me fala de Paulo fico mais, a saber, de Pedro do que de Paulo». Não sendo
Pedro e Paulo, mas Pedro e Pedro, podemos na mesma considerar que quando
qualquer Pedro fala do Pedro e do trabalho do outro Pedro, cada um na sua vez,
fico sempre, a saber, muito sobre a realidade e sobre ela adensa-se em mim
maior preocupação e perplexidade.
Se falar o Pedro, Secretário, a
realidade na saúde na Madeira é um sonho, uma maravilha... Sim, certo, ninguém
conhece este sonho dourado, mas ele diz que existe. Quando o outro Pedro, o da
Ordem dos Médicos fala, ficamos super estragados e reforço o medo de um dia ter
que ir bater ao hospital.
Passada a brincadeira sobre o nome dos Pedros, vamos ao que interessa que é o nosso sistema de saúde. Afinal, funciona ou não funciona? É a maravilha de um Pedro ou é aquela desgraça do outro Pedro?
Passada a brincadeira sobre o nome dos Pedros, vamos ao que interessa que é o nosso sistema de saúde. Afinal, funciona ou não funciona? É a maravilha de um Pedro ou é aquela desgraça do outro Pedro?
Enfim, vamos ao que vejo e sinto. Há
muito boa gente no nosso sistema de saúde. Gente com alma, competente e que faz
das tripas coração para salvar os outros, os doentes. Gente que com pouco faz
muito. Gente que se compadece dos pobres doentes, que chora com eles, que os
ajuda e que os toma como razão de ser do seu trabalho e da sua entrega. Há
gente nos nossos hospitais que não merece o que dizem os Pedros. Há gente que
deve ser respeitada porque se entrega à causa da saúde com todas as suas
forças, sabe o que é o peso da responsabilidade. Não foge aos desafios e
dificuldades. Gente admirável e boa…
No meio disto tudo, no mar imenso do positivo
e do negativo, a nossa saúde converteu-se num jogo partidário inqualificável e
no meio desta desgraça toda, a saúde é um grande negócio cobiçado por muita
gente que não se importa de ganhar dinheiro com o sofrimento e com a morte dos
outros.
As recentes entrevistas vindas a lume
nestes últimos dias de ambos os Pedros, a do Secretário e o da Ordem dos
Médicos, recolhem adeptos a gosto e outros a desgosto. Uma recolhe adeptos se
são afetos ao partido do poder político vigente e a entrevista do outro Pedro,
o da Ordem dos Médicos, recolhe simpatizantes naqueles que se comprazem com a
perspectiva de que as eleições estão ganhas e que já têm todos os trunfos na
manga para dar solução a esta questão e a tudo o que mexe na Madeira. Tudo
enganos, tudo «propaganda» para utilizar uma expressão de um dos Pedros.
A saúde é um problema difícil e cada vez será mais difícil ainda, porque a população envelhece e por isso requer maiores cuidados de saúde. Ninguém faz milagres, mas todos podiam contribuir para resolver os problemas na medida do possível, sem alaridos e muito menos com este ruído terrível que lança ainda mais preocupação e medo na população em geral em relação ao nosso serviço de saúde.
A saúde é um problema difícil e cada vez será mais difícil ainda, porque a população envelhece e por isso requer maiores cuidados de saúde. Ninguém faz milagres, mas todos podiam contribuir para resolver os problemas na medida do possível, sem alaridos e muito menos com este ruído terrível que lança ainda mais preocupação e medo na população em geral em relação ao nosso serviço de saúde.
A meu ver, quanto a este
assunto da saúde devia dominar a responsabilidade e a ponderação. Total ausência
de propaganda. Nenhuma força deve servir-se desta realidade para fazer política
partidária, mas todos em convergência e com sentido de responsabilidade, para
que sintamos todos que a saúde estará, o melhor possível, garantida quando nos
falte. Atenção senhores, vamos ao que interessa mesmo, tenham a humildade de se
reconhecerem, encontrem-se e dialoguem. É o mínimo que vos pedimos e exigimos.
Também publicado no Gnose
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