Agora que já está mais
que consumada a viragem do ano, assentamos no chão da normalidade da vida.
Sempre precisamos de companhia que nos ajude, que dê sentido ao que somos e ao
que fazemos. Mesmo que pareça esquisito trago aqui à liça para a reflexão o que
todos nós sabemos, mas que frequentemente esquecemos, o valor da companhia do
silêncio. Porque os silêncios são a melhor força interior para vencer os
obstáculos que se colocam diante de uma história pessoal.
Como se encontra esse
silêncio? - Numa busca constante pelos lugares e pelas mediações que façam
ecoar essa condição da alma. Com toda a certeza que não será no rebuliço de uma
cidade movimentada com carros e muitas pessoas. Também não será na confusão
diária das tarefas e das relações conturbadas com os colegas de trabalho. E não
será na ocupação total do tempo com muitas atividades. Nem muito menos perante
o vazio das propostas que alguns meios de comunicação social nos apresentam.
Só o recolhimento pode
proporcionar a descoberta do silêncio, que se pode encontrar em qualquer lugar
que cada um considere apropriado para fazer o desvelamento dessa realidade como
possibilidade de encontro interior com o valor da vida e com a realização de
todo o bem que conduz à felicidade.
Muitos fogem dos
silêncios da vida como se fossem sinónimos de solidão. Mas, o silêncio é sempre
necessário e a vida sem silêncios não tem muito sentido.
A solidão, não serve e
deve ser exorcizada por todos. A luta contra a solidão deve ser uma constante
na vida de qualquer pessoa. A procura do silêncio ou dos momentos de silêncio
deve ser uma condição que todos e cada um devem alimentar como valor essencial
para o equilíbrio das opções e da vida toda. Nenhum caminho será longo na companhia
do silêncio.
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