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sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Para tomar nota sobre o pecado original

A opinião é do teólogo italiano Vito Mancuso, ex-professor da Università Vita-Salute San Raffaele, de Milão, em artigo publicado no jornal Avvenire, 27-10-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto:

«não se trata simplesmente do fato de que a humanidade é "um pau torto" (o que que muitos enfatizaram em todos os tempos), mas muito mais radicalmente do fato de que tal "tortura" se deve a um pecado do primeiro homem e de que tal pecado se transmite nas suas consequências a todos os seres humanos, que, assim, nascem pecadores pelo simples fato de nascerem, como afirma o Tridentino, com o dito de que o pecado é "propagatione, non imitatione, transfusum", isto é, não depende da liberdade, mas sim da natureza, reconhecendo o pensamento do tardo Agostinho para o qual toda a humanidade era uma massa condenada.

Contra tal dogma, eu defendo que o centro do cristianismo nos impõe a considerar que não existe nenhuma inimizade entre Deus e o bebê que nasce, e que, portanto, o dogma do pecado original deve ser reescrito em termos de "caos" original, entendendo com isso a condição humana necessitada de disciplina por causa da obscura força destrutiva que ela pode ter.

Eu defendo, em outras palavras, que o centro do cristianismo consiste em tal laço entre Deus Pai e a humanidade a ponto de tornar insustentável a ideia de que os homens são pecadores aos olhos de Deus pelo simples fato de serem homens, ideia que eu considero uma ofensa à criação e à paternidade divina. E, com isso, eu considero que não se torna vão de modo algum o drama do mal e do pecado, mas apenas se evita uma falsa solução para ele».

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