I.
Canto a cidade nos cantos sublimes das artérias do medo
Como se o dia fosse acabar em cada passo da gente
Que deambula nas avenidas, ruas, becos, travessas e rampas
Porque cada momento e cada esquina escondem o segredo
De nunca chegar a vida que o tempo engoliu naquela hora.
II.
Fica depois uma sombra de um esbelto plátano no oásis
Daquela cidade maior onde um dia no baptismo da história
Te nomearam de liberdade sobre a rocha firme da calçada.
III.
Agora passeiam-te os povos vindos de todos os lugares
Sob o olhar atento de quem deseja um dia saber mais
De todos os lugares mágicos que a vida nos ofereceu.
IV.
Ò cidade da minha memória encantada pelo ideal fervor
Quero ver-te esbelta, viva ou mesmo ressuscitada
E nesta hora nasci de novo para o dia maior
Daqueles passos em volta do rosto sublime do amor.
V.
E não digas mais que a cidade nunca pode ser sentida
Como uma vida cheia de esperança no ideal da felicidade.
8 comentários:
Padre José Luís.o grande teólogo belga -creio eu- José Comblim tem um livro chamado "Teologia da Cidade". É belo este poema do "Banquete da Palavra" está de acordo com o que disse o téologo. A cidade é o lugar do encontro, do desejo, da palavra, da musicalidade. Mas Na Madeira, sobretudo o Funchal, esses encontros não podem ser as duas cidades desencontradas: a do centro para "inglês ver" limpinha, asseada; e a outra a da serra toda concentrada de lixo, pessoas, casas construídas atabalhoadamente, Planos Directores direitos pra o lixo, caminhas por asfaltar etc . Mas, lembro-me ,há muitos anos, nas minhas caminhadas a pé, das casas do Funchal ,do mar à serra, serem de pedra e terem quintais bem floridos, sem ser as quintas dos grandes senhores e exploradorss.O povo tb tem requinte naquilo que é seu. Até desde o cão, o gato, o galinheiro, o chiqueiro todos viviam numa harmonia diria quase sinfónica. Os desafinos eram poucos. E a cidade cheirava a flores e o esterco fabricava o "humus" . É ler Raul Brandão.
Bom dia .
Gosto muito deste poema
e
do cantor e respectivas musicas de fundo .
Óptima escolha .
Um abraço,
Maria
Cara Lilazdavioleta, ainda bem que gosta do poema e da música, é própria do dia que vamos passar, o grande e memorável nosso 25 de Abril. Tudo de bom para si e agradecido pela atenção.
Caro amigo Ângelo, este poema foi como que uma brincadeira desta manhã, ainda bem que gostou. Agradeço-lhe muito. Serve este poema para homenagear a liberdade e a grande mudança que provocou o 25 de Abril no nosso país. A cidade é o coração da vida dos países, gosto muito das cidades e de modo especial, apesar de tudo a nossa (o Funchal) e a cidade de Lisboa. Fica esta loa às nossas cidades. Tudo de bom para si.
Este poema levou-me logo à R. do Ouro, à "minha" Baixa, ao "meu" Tejo, àquela límpida luminosidade que só Lisboa tem.
Mas foi mais longe este canto de Liberdade. Fala da cidade-Pátria, fala da cidade-eu, fala da cidade em construção que é o nosso crescimento e por fim fala do cruzamento de vidas que enchem a cidade.
Obrigada Amigo.
Tukakubana, eu é que agradeço a atenção e profusão de sentimentos que lhe provocou o poema. Foi uma singela brincadeira logo pela manhã desta vida para enaltecer a liberdade, afinal, a vida cheia de amor e felicidade de cada um de nós. Obrigado eu...
Hola querido amigo gracias en primer lugar por visitar mi blog y ponerte como seguidor.Y segundo quiero decirte,que res pura magia escribiendo y me encantado el poema.La felicidad de la vida es lo que siempre buscamos.Un gran abrazo querido amigo como siempre con Sentimiento.
Caro Sentimento (que palavra bonita!). Agradecido pelas pela suas palavras e também digo o mesmo do vosso blog, gostei muito. Bem haja.
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