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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Cidade

I.
Canto a cidade nos cantos sublimes das artérias do medo
Como se o dia fosse acabar em cada passo da gente
Que deambula nas avenidas, ruas, becos, travessas e rampas
Porque cada momento e cada esquina escondem o segredo
De nunca chegar a vida que o tempo engoliu naquela hora.
II.
Fica depois uma sombra de um esbelto plátano no oásis
Daquela cidade maior onde um dia no baptismo da história
Te nomearam de liberdade sobre a rocha firme da calçada.
III.
Agora passeiam-te os povos vindos de todos os lugares
Sob o olhar atento de quem deseja um dia saber mais
De todos os lugares mágicos que a vida nos ofereceu.
IV.
Ò cidade da minha memória encantada pelo ideal fervor
Quero ver-te esbelta, viva ou mesmo ressuscitada
E nesta hora nasci de novo para o dia maior
Daqueles passos em volta do rosto sublime do amor.
V.
E não digas mais que a cidade nunca pode ser sentida
Como uma vida cheia de esperança no ideal da felicidade.

8 comentários:

José Ângelo Gonçalves de Paulos disse...

Padre José Luís.o grande teólogo belga -creio eu- José Comblim tem um livro chamado "Teologia da Cidade". É belo este poema do "Banquete da Palavra" está de acordo com o que disse o téologo. A cidade é o lugar do encontro, do desejo, da palavra, da musicalidade. Mas Na Madeira, sobretudo o Funchal, esses encontros não podem ser as duas cidades desencontradas: a do centro para "inglês ver" limpinha, asseada; e a outra a da serra toda concentrada de lixo, pessoas, casas construídas atabalhoadamente, Planos Directores direitos pra o lixo, caminhas por asfaltar etc . Mas, lembro-me ,há muitos anos, nas minhas caminhadas a pé, das casas do Funchal ,do mar à serra, serem de pedra e terem quintais bem floridos, sem ser as quintas dos grandes senhores e exploradorss.O povo tb tem requinte naquilo que é seu. Até desde o cão, o gato, o galinheiro, o chiqueiro todos viviam numa harmonia diria quase sinfónica. Os desafinos eram poucos. E a cidade cheirava a flores e o esterco fabricava o "humus" . É ler Raul Brandão.

Lilazdavioleta disse...

Bom dia .

Gosto muito deste poema
e
do cantor e respectivas musicas de fundo .
Óptima escolha .

Um abraço,
Maria

Autor do blog disse...

Cara Lilazdavioleta, ainda bem que gosta do poema e da música, é própria do dia que vamos passar, o grande e memorável nosso 25 de Abril. Tudo de bom para si e agradecido pela atenção.

Autor do blog disse...

Caro amigo Ângelo, este poema foi como que uma brincadeira desta manhã, ainda bem que gostou. Agradeço-lhe muito. Serve este poema para homenagear a liberdade e a grande mudança que provocou o 25 de Abril no nosso país. A cidade é o coração da vida dos países, gosto muito das cidades e de modo especial, apesar de tudo a nossa (o Funchal) e a cidade de Lisboa. Fica esta loa às nossas cidades. Tudo de bom para si.

M Teresa Góis disse...

Este poema levou-me logo à R. do Ouro, à "minha" Baixa, ao "meu" Tejo, àquela límpida luminosidade que só Lisboa tem.
Mas foi mais longe este canto de Liberdade. Fala da cidade-Pátria, fala da cidade-eu, fala da cidade em construção que é o nosso crescimento e por fim fala do cruzamento de vidas que enchem a cidade.
Obrigada Amigo.

Autor do blog disse...

Tukakubana, eu é que agradeço a atenção e profusão de sentimentos que lhe provocou o poema. Foi uma singela brincadeira logo pela manhã desta vida para enaltecer a liberdade, afinal, a vida cheia de amor e felicidade de cada um de nós. Obrigado eu...

SENTIMIENTO disse...

Hola querido amigo gracias en primer lugar por visitar mi blog y ponerte como seguidor.Y segundo quiero decirte,que res pura magia escribiendo y me encantado el poema.La felicidad de la vida es lo que siempre buscamos.Un gran abrazo querido amigo como siempre con Sentimiento.

Autor do blog disse...

Caro Sentimento (que palavra bonita!). Agradecido pelas pela suas palavras e também digo o mesmo do vosso blog, gostei muito. Bem haja.