Domingo VI Tempo Comum
13 de Fevereiro de 2011
A Sabedoria de Deus
O cristianismo que nós professamos não é uma religião de simples seguidores de um plano ou projecto político ou social. É antes uma forma de vida que nos toca por dentro, porque nos convoca para o seguimento de uma pessoa concreta que nos fala e nos desafia para atitudes de amor, isto é, os outros, os homens e as mulheres, deixam de ser apenas semelhantes, para serem irmãos que devemos acolher e amar desmedidamente.
Os mandamentos que Jesus nomeia no Evangelho deste domingo servem para nos despertar para a dimensão essencial do Reino de Jesus, que assenta numa irmandade, porque todos são filhos do mesmo Pai e abraçados pela mesma força espiritual que imana do coração de Deus, que se define pelo amor desmedido pelos outros, onde o respeito e a fidelidade à vida são valores essenciais que se destacam.
Quer Jesus ensinar-nos, que diante de Deus mais vale não condenar e não julgar ninguém, porque no mundo não existe pessoa nenhuma que seja perfeita ou que não tenha defeitos. Devemos sim estar atentos às atitudes dos nossos irmãos e sempre que seja necessário procurar fazer o bem mesmo que a troca recebida seja desagradável.
Nisso consiste a Sabedoria de Deus, embora «misteriosa e oculta», como refere São Paulo, mas sempre do lado da humanidade para a salvar e a levar à felicidade. Os Mandamentos, a Lei de Deus, têm em vista essa meta.
Face a essa Sabedoria divina, perguntemos: porque permite Deus acontecimentos trágicos, como atropelamentos, doenças incuráveis, acidentes terríveis com pessoas maravilhosas, guerras intermináveis em muitos cantos do mundo e desordens de todo o género? - Porque a criação, para fazer-se jus à sua definição, fez-se limitada, frágil e sempre instável. Daí a sua beleza e riqueza. Mais ainda, muitas das desgraças acontecem, porque, quem as devia evitar, não se deixou penetrar pelo «que há de mais profundo em Deus» (São Paulo). A Lei de Deus, que se resume no princpio basilar que é o Amor.
O desafio é este, pede-nos Jesus que sejamos misericordiosos e que não nos deixemos levar pelos instintos primários das emoções. Face à instabilidade do mundo e da vida, sejamos seguros na confiança, na esperança. E que a alegria da Sabedoria de Deus esteja no nosso coração, porque soubemos escolher a «glória» que Ele nos destinou. Assim, viveremos na Sabedoria de Deus. Ser Santo ou feliz ou salvo, é isso mesmo.
JLR
3 comentários:
Maravilhoso! Estava conversando com um deguidor de uma igreja pentecostal e comentei que o mês transacto havia sido o mês da unidade dos cristãos. Mas os católicos não leem a Bíblia! - Disse-me...Olhe, respondi, quem lê a Bíblia, absorve nas suas entrelinhas a misericórdia divian...Portanto todos os que se dizem cristãos devem ser misericordiosos...Agradeço a Deus por ter lido esse seu comentário que veio de encontro à conversa com o meu amigo protestante...
Amigo JLR,
O cristianismo traz uma mensagem singela de amor... Considero essencial que a mensagem do Cristo seja propagada na blogosfera, parabéns! Já estou te seguindo.
Abraços fraternos de além-mar,
Pedro
Amigo Pedro,
O Cristianismo traz uma mensagem «singela» de amor, como quem diz. Não, a mensagem cristã, consiste nisso e apenas nisso, o amor. Jesus Cristo: «Dou-vos o mandamento novo: amai-vos uns aos outros como eu vos amei» (João 13,34); ver também o diálogo de Jesus com um mestre da Lei (Mc 12,28b-34), onde Jesus reafirma que o mais importante é «amar a Deus e ao próximo». Estes são apenas dois exemplos. Meu amigo por isso, como vê não é uma mensagem singela, mas é fundamental e a razão de ser do Cristianismo, pois, quando falha o amor falhou toda a religião cristã.
Enviar um comentário