Comentário à missa deste domingo
II da Quaresma. Pode servir a quem habitualmente participa na missa, mas não só...
A oração e o silêncio transfiguram
Jesus, para que a voz de Deus se fizesse ouvir mais uma vez: «Este é o meu
Filho, o meu Eleito: escutai-O».
Nesta teofania (uma manifestação
divina), sinal da presença de Deus é muito evidente e mostra a predileção amorosa
pelo Seu Filho que é este mesmo que se faz rosto visível diante da humanidade.
Hoje, Jesus toma consigo cada um de nós
e leva-nos ao monte da vida e mostra-nos também a voz misericordiosa de Deus
Pai, que nos revela como é importante escutar a voz do Seu Filho, presente na
existência humana em todos os tempos e lugares da história.
À maneira de Jesus todos necessitamos de
transfiguração. Mas de uma verdadeira transfiguração do coração que nos leve a
assumir atitudes de justiça e de amor perante os nossos irmãos. Estamos no
tempo em que os pobres e os sem sorte neste mundo devem encontrar de nós
solidariedade, amizade para que a presença de Deus se faça sentir aí no lugar
da tristeza e do desamparo da vida deste mundo.
O Papa no encerramento da viagem ao México na missa em Ciudad Juárez
definiu por onde começa essa transformação/transfiguração e onde acaba: «São
as lágrimas que podem abrir o caminho à transformação; são as lágrimas que
podem abrandar o coração, são as lágrimas que podem purificar o olhar e ajudar
a ver a espiral de pecado em que muitas vezes se está enredado. São as lágrimas
que conseguem sensibilizar o olhar e a atitude endurecida, e sobretudo
adormecida, perante o sofrimento alheio. São as lágrimas que podem gerar uma rutura
capaz de nos abrir à conversão» (Papa Francisco, missa de encerramento da
Visita Apostólica ao México).
Os soberbos de coração precisam de
transfigurar-se para a eficácia do perdão e da humildade. Os mentirosos
necessitam de converter essa propensão para a verdade das palavras, das
atitudes e dos gestos. Os que vivem mediante a violência dos atos e das
palavras, precisam de transfigurar essa tendência desumana para a autenticidade
do diálogo e da paz como únicos caminhos que nos movem para a luz da salvação.
Só esta transformação dará sentido à
vida e fará do nosso mundo o lugar da paz, porque estará lá bem presente a
fraternidade e a amizade.
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