Comentário à missa para este fim de semana, domingo III Quaresma. Pode servir a quem vai a à missa e não só.
O Evangelho de Jesus Cristo, mostra-nos
que não devemos julgar ninguém nem atirar pedras aos nossos semelhantes,
estamos todos sob a mesma condição e somos chamados pelo amor de Deus a
tentarmos melhorar a nossa vida dando frutos para a edificação do bem para
todos.
Na canção de Sara Tavares ficou expressa
a ideia de que tinha chegado o tempo e cada momento da nossa vida é essa
ocasião propícia que Deus nos oferece. Diz assim: «Há tempo de nascer e de morrer e agora / Estou serena no teu tempo / Já é hora
de acordar / Já é hora de acreditar / Que tudo fica bem no tempo que o silêncio
tem / Há que olhar atrás e aprender, está na hora / É
tempo de viver / Não a vale a pena, não, não, não / Correr
atrás do vento / Estou serena no teu tempo / Já é hora de acordar / Já é hora
de acreditar / Que tudo fica bem no tempo que o silêncio tem / Há tempo
de sorrir e de chorar e agora / Há que olhar em
frente
e descansar, está na hora / É tempo de amar / Não vale a pena, não,
não, não / Correr atrás do vento / Estou serena no
teu tempo»
(No teu tempo, Sara Tavares). Já é hora de acordar,
Já é hora de acreditar. «Crer não é mais do que, na escuridão do mundo, tocar a
mão de Deus e assim, no silêncio, escutar a Palavra, ver o Amor», afirmou Bento XVI, Exercícios Espirituais (23-02-2013).
O arrependimento deve fazer parte da
nossa alimentação espiritual diária. Porque também diariamente, somos
confrontados com a raiva absurda que nos descontrola o pensamento e as
palavras.
As teimosias nas nossas ideias fixas e
manias pessoais, são frequentemente uma propensão que nos ataca e que requerem
uma dose elevada de arrependimento.
Diante das brigas inúteis entre
vizinhos, colegas e companheiros de caminhada, o arrependimento deve estar
sempre presente para que a reconciliação da amizade seja também uma constante
na vida de cada pessoa e, sobretudo, se são pessoas que acreditam em Jesus
Cristo.
Arrepender-se, é a atitude que mostra o
coração de cada pessoa. Sem este sentimento não se conhece o interior de cada
pessoa nem ninguém se revela plenamente se não for capaz de assumir sempre que
é necessário para viver a dimensão do arrependimento.
Neste ano, particularmente, o Papa
Francisco definiu o seguinte: «a
corrupção é o pecado que, em vez de ser reconhecido como tal e de nos tornar
humildes, se tornou sistema, torna-se um hábito mental, uma forma de
vida». Ou seja, explica, «o corrupto é aquele que peca e não se
arrepende, aquele que peca e finge ser cristão, e com a sua dupla vida provoca
escândalo».
Neste sétimo capítulo de «O Nome de Deus
É Misericórdia», o Papa faz várias caracterizações sobre o pecado e a
corrupção: «A corrupção faz perder o pudor existente na verdade, na
bondade, na beleza»; ou «o corrupto muitas vezes não se apercebe do
seu estado», e ainda «o corrupto construiu uma autoestima que se
baseia em atitudes fraudulentas».
Para o Papa não existem situações de
pecado ou de corrupção «de onde não possamos sair», daí que a
misericórdia seja o tema deste jubileu. Diz Francisco que rezar de forma
especial neste ano permitirá a «Deus abrir uma fresta nos corações dos
corruptos, dando-lhes a graça da vergonha e de se reconhecerem como
pecadores». Fica a esperança.
A contrição, o «bater no peito» como
sinal de humildade deve ser sempre uma preocupação de cada pessoa. Os problemas
da vida e das relações interpessoais não encontram solução se não formos
capazes de estar sempre com os ritmos do arrependimento e do perdão
convenientemente afinados. Precisamos desta quaresma de conversão constante
para que a vida produza frutos saborosos que sirvam a felicidade e a paz para
todos. O Reino de Deus é isto.
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