Publicidade

Convite a quem nos visita

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Apontamento 4 - A maioria absoluta


Não é um mal nem nada de diabólico como estão a fazer crer os partidos menores que almejam sempre influenciar a governação.

Ninguém duvida que existam muitas coisas absolutas que são boas, positivas para o mundo e para a existência. A própria vida tem uma dignidade absoluta, é unânime que Deus também é absoluto, o respeito pelos outros, a qualidade da vida, os valores que nos norteiam que apreciamos tanto: a liberdade, a igualdade e hoje a fraternidade. O absoluto não é o diabo.

Uma maioria absoluta na política de um só partido político também não pode nem deve ser o diabo que vem aí. Pode servir para fazer avançar um país e facilitar a governação com estabilidade quando se guia pelos mais elementares valores democráticos.

A nossa história democrática reza que não temos bons exemplos de maiorias absolutas de um só partido político e de maiorias em coligação de partidos próximos nos ideais, porque desvirtuaram a «confiança absoluta» dos eleitores e por isso estamos escaldados.

Porém, pondo de lado essa má experiência e confrontados com uma nova maioria para governar os destinos do nosso país, somos levados a confiar e esperar que esta maioria não seja utilizada para o exercício do poder absoluto de um homem só e da sua maioria na Assembleia da República. Mas, que seja uma forma de governo, folgada, é certo, mas aberta à participação de todos. Qualquer maioria quando se torna fanático, dispensando o contraditório e outras perspetivas, empobrece e ao invés de fazer avançar o país, contribui para a sua regressão.

Não me iludo muito com nenhuma maioria de um partido único nem mesmo com as maiorias de partidos próximos nos ideais, como os exemplos que temos seguido. Assim, quero crer e esperar que as circunstâncias atuais do nosso país, forcem esta maioria absoluta a ser utilizada para fazer avançar as reformas e as infraestruturas fundamentais que o nosso país precisa para se tornar numa nação próspera e atinja os níveis de desenvolvimento razoáveis que beneficie todos os cidadãos.

Maioria absoluta não pode significar poder absoluto. Mas governação folgada que permita estabilidade, bom senso e bom uso da razão no sentido do exercício do poder como uma missão ao serviço do bem comum e da justiça.        

Sem comentários: