O pior do pior
Nunca imaginei que a guerra
sendo o pior no quadro do horrendo, praticado pela humanidade contra si mesma,
ainda pudesse existir dentro desse pior algo ainda pior, horrendamente pior, o
tráfico de pessoas humanas com fins ilícitos, nomeadamente, a prostituição.
A propósito do Dia
Internacional da Mulher, estão a chegar-nos notícias de que perante a população
em fuga e nos campos de refugiados da Ucrânia, os abutres da carne humana
começaram a aliciar e a raptar mulheres e crianças para serem exploradas
sexualmente.
Quando nos deparamos com mulheres
e crianças desamparadas, solitárias e despojadas dos seus bens e família, à humanidade normal causa compaixão e sofrimento porque sente a dor dos outros. Mas, os
ratos pretos do esgoto soltam-se do seu habitat dos excrementos para realizarem
o pior que pode acontecer a pessoas frágeis e indefesas, serem enganadas com
eldorados paradisíacos, mas depois serem convertidas em objetos
comercializáveis para a prostituição. Esta marca da guerra na Ucrânia é
hedionda e vem mais uma vez mostrar quanto é perversa e
homo homini lupus é a humanidade contra si mesma.
Outro dado de que nos falam
neste dia as organizações não-governamentais ligadas à dignidade e direitos da
mulher, são as violações de mulheres das tropas invasoras da Ucrânia como arma
de guerra. Pior é impossível.
Os nossos tempos de fato são
intrigantes e revelam o quanto a humanidade regrediu no que diz respeito ao
domínio dos seus impulsos e no quanto deixou de se importar com os direitos/valores
universais conquistados nos últimos anos.
É tão triste que se tenha perdido a consciência da nossa semelhança em termos humanos, o sentido da fraternidade e a capacidade de pensar que o outro pode ser um dos meus ou eu próprio. O pior entre o pior está aí a semear mais ódio e mais intolerância neste mundo devastado pela estupidez humana.
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