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terça-feira, 8 de março de 2022

Apontamento 8 - A guerra (4)

O pior do pior

Nunca imaginei que a guerra sendo o pior no quadro do horrendo, praticado pela humanidade contra si mesma, ainda pudesse existir dentro desse pior algo ainda pior, horrendamente pior, o tráfico de pessoas humanas com fins ilícitos, nomeadamente, a prostituição.

A propósito do Dia Internacional da Mulher, estão a chegar-nos notícias de que perante a população em fuga e nos campos de refugiados da Ucrânia, os abutres da carne humana começaram a aliciar e a raptar mulheres e crianças para serem exploradas sexualmente.

Quando nos deparamos com mulheres e crianças desamparadas, solitárias e despojadas dos seus bens e família, à humanidade normal causa compaixão e sofrimento porque sente a dor dos outros. Mas, os ratos pretos do esgoto soltam-se do seu habitat dos excrementos para realizarem o pior que pode acontecer a pessoas frágeis e indefesas, serem enganadas com eldorados paradisíacos, mas depois serem convertidas em objetos comercializáveis para a prostituição. Esta marca da guerra na Ucrânia é hedionda e vem mais uma vez mostrar quanto é perversa e homo homini lupus é a humanidade contra si mesma.

Outro dado de que nos falam neste dia as organizações não-governamentais ligadas à dignidade e direitos da mulher, são as violações de mulheres das tropas invasoras da Ucrânia como arma de guerra. Pior é impossível.

Os nossos tempos de fato são intrigantes e revelam o quanto a humanidade regrediu no que diz respeito ao domínio dos seus impulsos e no quanto deixou de se importar com os direitos/valores universais conquistados nos últimos anos.

É tão triste que se tenha perdido a consciência da nossa semelhança em termos humanos, o sentido da fraternidade e a capacidade de pensar que o outro pode ser um dos meus ou eu próprio. O pior entre o pior está aí a semear mais ódio e mais intolerância neste mundo devastado pela estupidez humana.

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