A par desta solidariedade voluntária de tanta gente
por esse mundo fora a mobilizar-se para acudir as pobres vítimas que se
deslocam em fuga para preservar as suas vidas, os governos de uma grande parte do
globo também se movimentam, e bem, para aplicar sanções duras contra o agressor
da Ucrânia, a Rússia de Vladimir Putin. Outra coisa não seria de esperar senão
esta pressão necessária para fazer travar quem ainda entende que se pode chegar
à solução dos problemas pela via das armas. Não esquecer que o preço elevando das
sanções económicas contra a Rússia já começaram a chegar às nossas carteiras.
E ainda aqui vamos.
A onda de simpatia dos povos pelos seus governos
está no máximo, por isso, sucedessem-se manifestações por muitas cidades do mundo,
onde milhares de pessoas se expressam de forma contundente contra agressão
russa sobre a Ucrânia. Nada pode ser mais bonito do que isto. Todos nós andamos
durante estes dias da guerra enfurecidos e a manifestar o nosso repúdio contra
esta violência injustificável sobre um povo. E, obviamente, estamos seriamente preocupados
com o alastrar da guerra por causa das consequências que tal realidade pode acarretar
contra a humanidade inteira.
Porém, oxalá esta vaga geral de indignação contra a
Rússia não seja apenas hipocrisia e não seja mais uma vez o resultado do
consumo fast food das notícias
construídas pela comunicação social que vive de modas tendenciosas. Por isso,
vou alimentar o sonho que após esta agressão, os povos e os governos sempre se manifestarão
duramente contra qualquer país do mundo que pratique façanhas deste teor. Os
interesses económicos e financeiros não podem estar acima da vida humana,
servem a vida humana, não podem ser um valor mais elevado que a vida e a
dignidade humanas. Nem muito menos devia ser modo de governar com dois pesos e
duas medidas.
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