Em tudo na vida sempre tem que estar pressente a confiança. Ainda mais no que diz respeito à realidade última e ao nosso fim último.
Sem confiança, tudo se torna irracional e absurdo. Por
isso, os fins últimos para muita gente, tantas vezes são inaceitáveis e desesperantes, porque não
suportam as contingências da vida, particularmente as do fim último, a morte. Não as
suportando há desespero, revolta, que depois não deixa viver nem permite
saborear a existência presente e menos ainda a futura.
A par da confiança pode estar o nada ou Deus. Ambos podem ser pensados e a razão humana para ambos pode encontrar causas que os justifiquem. O nada, é o vazio, o fim definitivo e irremediável. Deus é o mistério que abraça toda a existência, fonte inicial e última de toda a criação.
É verdade que nenhum se comprova e demonstra. Nenhum pode ser
verdade absoluta que se impõe pela força ou pelo seguidismo cego. Ambos estão nos
corações da humanidade. Um e outro orientam o caminhar humano da vida histórica
de multidões incontáveis de pessoas.
Nada e Deus não são comprováveis, mas
nenhum pode de forma alguma dispensar a confiança e a razão. E ninguém neste mundo sobrevive à beleza do amor, a fina flor do tempo e do modo de toda a criatura que veio à luz deste mundo.
O amor não se pode demonstrar. Deus não se pode
demonstrar. O nada não se pode demonstrar. Porque se alguma vez forem demonstrados qualquer um deles,
deixava imediatamente de ser o que é.
Uma certeza segura é que a nossa existência não é possível
ser encarada sem o amor - o amor implica sempre a confiança. É óbvio, que o
amor está presente no coração crente do nada e no coração crente de Deus.
Por isso, eu acreditando em Deus ou no nada, vejo-me implicado sempre na luz da
confiança. E só assim se constrói o presente e o futuro, subindo os montes do bem
e da verdade, mas também descendo os vales do sofrimento com redobrada esperança (e confiança).
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