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quinta-feira, 27 de maio de 2010

Comentário à Missa do Próximo Domingo

Domingo 29 de Maio de 2010
Domingo da Santíssima Trindade ou IX Domingo do Tempo Comum
A Santíssima Trindade
Santo Tomás, no final de seu tratado sobre a Santíssima Trindade, fala-nos das missões divinas e da habitação das três Pessoas Divinas em toda alma justa. Ele dá-nos uma certa inteligência deste mistério recordando-nos que Deus está sempre presente em todas as coisas, especificando de que maneira especial está realmente nos justos e quais são os efeitos da Sua acção neles.
Conta-se que Santo Agostinho andava certo dia a passear na praia a meditar sobre este mistério da Santíssima Trindade: um Deus em três pessoas distintas... Enquanto caminhava, observou um menino que carregava um pequeníssimo balde com água. A criança ia até o mar, trazia a água e deitava-a dentro de um pequeno buraco que tinha feito. Após ver repetidas vezes o menino fazer a mesma coisa, resolveu interrogá-lo sobre o que pretendia. O menino, olhando-o, respondeu com simplicidade: - quero colocar a água do mar neste buraco. Santo Agostinho sorriu e respondeu-lhe: - mas tu não percebes que isso é impossível mesmo que trabalhes toda a vida? O mar é infinitamente grande. Jamais o irás conseguir colocar aí todo dentro desse pequeno buraco...
Então, novamente olhando para Santo Agostinho, o menino respondeu-lhe: - ora, é mais fácil a água do mar caber neste pequeno buraco do que o mistério da Santíssima Trindade ser entendido por um homem!. É mais fácil colocar toda a água do mar aqui dentro deste buraco que o homem conseguir entender o mistério da Santíssima Trindade. O homem é infinitamente pequeno e Deus é infinitamente grande!
A Trindade ou Santíssima Trindade é a doutrina acolhida pela maioria das igrejas cristãs que professam a Deus único preconizado em três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Para os seus defensores, é um dos dogmas centrais da fé cristã, e considerado um mistério. É nesse mistério que acreditamos e é desse mistério que devemos dar testemunho.
A celebração da Santíssima Trindade, abre-nos caminhos para o exemplo de como podemos e devemos viver. Ninguém se realiza sozinho. Cada um de nós só é capaz de futuro, se acolher a riqueza da dimensão comunitária da vida humana. O que seria da nossa existência se não fôssemos capazes de reconhecer a importância da vida dos outros para a nossa realização pessoal? Está mais que provado que ninguém é capaz de viver totalmente isolado, todos necessitámos de ser e viver em comunidade.
A Santíssima Trindade, é antes de mais uma verdadeira comunidade. A comunhão é o seu elemento principal, por isso, não nos surpreende a expressão de intimidade de Jesus: “Tudo o que o Pai tem é meu”. Esta formidável riqueza de comunhão serve de exemplo ou revela-se como desafio para a nossa vida de cristãos e para todos os homens de boa vontade.
Como enquadrar o mistério da Santíssima Trindade na nossa vida concreta? – Sim falamos de mistério, porque, por mais que se diga, por mais que se faça e por mais que se acredite, a Santíssima Trindade será sempre o mistério dos mistérios. Pois, não serão os pensamentos e as palavras humanas que traduzirão o que é e o que representa este mistério. Assim sendo, mais do que dizer deste mistério, o melhor será fazer silêncio diante Dele. Este é um mistério mais para ser contemplado do que para ser dito ou mostrado. É um mistério inefável, próximo e distante ao mesmo tempo.

2 comentários:

José Ângelo Gonçalves de Paulos disse...

Padre José Luís, gostei muito deste texto como de todos os que tem escrito no seu blogue. O Leonardo Boff sobre a Santíssima Trindade dizia que era um Deus Plural. E realmente há nesta consubstância três Pessoas distintas: A missão do Pai, a missão do Filho e a missão do Espírito Santo. O Mistério é indicifrável, inanarrável e inefável. É a tal alegoria contada por Santo Agostinho. O Homem só explica Deus no Amor a Ele e aos Irmãos e Irmãs, seus filhos e filhas. No entanto, como dizia o Pe. Jean Cardonell "Deus morreu em Jesus Cristo" O Deus de Jesus Cristo é o meu Deus. Trino.Ser crente tal como pediu o cego do Evangelho de hoje Bartimeu "Senhor fazei que eu veja". Só na humildade e na oração em que deslumbramos e descobrimos esse Deus. Não nas investigações arquológicas e filosóficas . Somente na Fé e dar o salto para o Além e como diz Paulo :vê-Lo face a face. Não vou à missa, mas creio que quando estiver no Alto´, Ele dir-me-à a mim pecador -"sede benvindo Ângelo" . Foi o que escreveu Frnçois Mitterrand quando morreu, embora tivesse uma vida atribulada . Quando foi para o Pai, Ele lhe disse "sede benvindo François" No livro a "Duas Vozes"
Editora D.Quixote.

M Teresa Góis disse...

A alegoria de Santo Agostinho faz-nos aceitar e entender porque andamos de balde (não debalde)na mão ao longo da nossa vida. Só na entrega da Fé,aceitamos.