Ai, ai… A barbaridade persegue-nos. A semana passada um moçambicano esmaga a cabeça numa queda provocada por um brasileiro, após uma discussão. Parece que resulta de um empurrão do alto de um andaime na obra onde trabalhavam. Em Santa Cruz, dizem-nos as notícias, um grupo de três mata à paulada um colega.
Violência terrível entre nós. Os brandos costumes e a passividade com que muitas vezes se pinta a nossa sociedade acaba perante estes actos de violência radical. Difícil de aceitar tamanha forma de violência que leva à morte da vida.
Não justificam as razões da toxicodependência, o desemprego e a crise que se abateu sobre nós. Antes, a meu ver, prendem-se com o desrespeito pela vida e pelo direito do outro a ser gente. É inquietante termos que concluir que estamos a desaprender a viver em sociedade. As pessoas não se toleram e não se perdoam. Toda a ofensa, toda a palavra menos simpática, só merece resposta a altura e consequente vingança.
A seguir, impressiona as formas de morte a que se recorre. Umas facadas. Uns empurrões. Umas pauladas. E outros métodos, todos horripilantes para que a morte seja sentida e se veja o sofrimento que se pretende infligir a quem se quer cercear a vida. Este gosto pela morte prolongada no outro ou pelo sangue humano derramado é a pior das conclusões a que se pode chegar. Para onde vamos com este extirpar da vida como se fosse uma banalidade quotidiana? – É isto que nos deve inquietar.
Esta impaciência perante os outros resulta de todas as coisas que se deixaram de exigir e de impor na educação. O viver com os outros implica respeito e a consciência que o meu espaço acaba quando começa o do outro. Por isso, não podemos deixar de pensar sobre estes fenómenos de violência barbara e devemos encetar caminhos que nos levem a propor uma educação sem hipocrisias, liberta de tabus que levem as gerações mais novas a aprenderem o respeito pelos outros e a saberem a ser família ou grupo ou sociedade…
Não podemos abdicar destes valores e tudo devemos fazer para que a vida seja um bem venerado por todos e para todos. Indignemo-nos com todas as formas de violência para que a vida em todos seja a maior beleza do mundo.
JLR
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