dia 12 de Agosto de 2012
O
acontecer de Deus dá-se na história de cada um, não apenas num determinado
momento mas na vida toda e em toda a vida. Se assim não fosse como teria razão
São Paulo quando nos ensina que mesmo até antes da nossa concepção materna,
Deus já pensava em nós…
O
encontro com Deus tem a ver com todos os nossos projectos e com todos os nossos
planos assumidos na história concreta da existência. Por isso, descobre-se a
presença da vinda do Filho de Deus em todos os momentos em que somos capazes de
viver a verdade cima de tudo e do domínio da roupagem dos contravalores que a
carta aos Efésios nos aponta: «Azedume, irritação, cólera, insulto,
maledicência e toda a espécie de maldade».
Na nossa casa Deus acontece, em
todas as ocasiões em que correspondemos com o amor para não criar misérias e
contribuímos assim para a paz familiar tão necessária para a felicidade de
todos. No trabalho, Deus está presente todas as vezes que soubemos assumir a
responsabilidade no sentido em que aquilo que fazemos é um serviço elementar para
a construção da sociedade. Em todos os momentos em que não nos inibimos de
lutar contra a maldade, a inveja e a mentira, o Filho de Deus nem precisa de
bater à porta porque já se faz realidade plena através das nossas acções...
Como vemos o acontecer de Deus é sempre muito mais simples do que aquilo que
nós somos capazes de imaginar.
Afinal,
descobre-se que são tantos os momentos em que Deus vem para a nossa vida. Em
cada gesto amigo e fraterno, está o reflexo do amor de Deus. Em cada sinal de
partilha, Deus manifesta a Sua presença solidária. O acontecer de Deus está em
todos os sinais onde o amor escorre. Daí Jesus se apresentar como «pão da
vida», alimento que se enforma no coração, para ser vida que escorre pelas
atitudes e palavras que dizemos uns aos outros. Se o alimento material se faz
carne para manter o nosso corpo físico, Jesus faz-se alimento do céu, para manter-nos
com vida em abundância, existência espiritual cheia de sentido, firme na
esperança da vida em plenitude e eterna. Eis a felicidade que nos confere a
descoberta de Jesus de Nazaré como «alimento».
O
cristão não deve temer nada e deve enfrentar toda a vida com a maior das
liberdades. Porque viver toda uma vida cheio de medo e com desconfiança parece
impossível, mas muitas vezes encontramos pessoas profundamente inquietas com o
coração oprimido pelo medo e pelo desespero em relação ao futuro.
A roupagem
dos valores que São Paulo nos apresenta, liberta-nos e faz de nós homens e
mulheres livres, prontos para a acção no mundo, porque acreditamos no Deus de
Jesus Cristo, um Deus que é a total liberdade e não se deixa aprisionar por nada
deste mundo. A Sua acção está sempre envolta em mistério e bate no coração de
todos sem antecipação de espera e sem aviso prévio. A Sua liberdade é total e
está dentro daquilo que dizemos sobre o Espírito Santo, que age onde quer,
quando quer e em quem quer. Por isso, não façamos cerimónia e deixemos que a
porta do nosso coração esteja sempre aberta para a chegada da visita tão
ilustre, que é Deus e a Sua mensagem salvadora. A alma vigilante é aquela que
está sempre preparada, para a surpresa da chegada do amor de Deus. Assim, a
vida torna-se saborosa para todos os que semeiam no terreno dos dias os valores
que Paulo nos aponta. Sejamos «imitadores de Deus».
José Luís Rodrigues
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