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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Eliminar tudo o que não presta

Comentário à missa do próximo domingo  XIX Tempo Comum
dia 12 de Agosto de 2012
O acontecer de Deus dá-se na história de cada um, não apenas num determinado momento mas na vida toda e em toda a vida. Se assim não fosse como teria razão São Paulo quando nos ensina que mesmo até antes da nossa concepção materna, Deus já pensava em nós…
O encontro com Deus tem a ver com todos os nossos projectos e com todos os nossos planos assumidos na história concreta da existência. Por isso, descobre-se a presença da vinda do Filho de Deus em todos os momentos em que somos capazes de viver a verdade cima de tudo e do domínio da roupagem dos contravalores que a carta aos Efésios nos aponta: «Azedume, irritação, cólera, insulto, maledicência e toda a espécie de maldade». 
Na nossa casa Deus acontece, em todas as ocasiões em que correspondemos com o amor para não criar misérias e contribuímos assim para a paz familiar tão necessária para a felicidade de todos. No trabalho, Deus está presente todas as vezes que soubemos assumir a responsabilidade no sentido em que aquilo que fazemos é um serviço elementar para a construção da sociedade. Em todos os momentos em que não nos inibimos de lutar contra a maldade, a inveja e a mentira, o Filho de Deus nem precisa de bater à porta porque já se faz realidade plena através das nossas acções... Como vemos o acontecer de Deus é sempre muito mais simples do que aquilo que nós somos capazes de imaginar.
Afinal, descobre-se que são tantos os momentos em que Deus vem para a nossa vida. Em cada gesto amigo e fraterno, está o reflexo do amor de Deus. Em cada sinal de partilha, Deus manifesta a Sua presença solidária. O acontecer de Deus está em todos os sinais onde o amor escorre. Daí Jesus se apresentar como «pão da vida», alimento que se enforma no coração, para ser vida que escorre pelas atitudes e palavras que dizemos uns aos outros. Se o alimento material se faz carne para manter o nosso corpo físico, Jesus faz-se alimento do céu, para manter-nos com vida em abundância, existência espiritual cheia de sentido, firme na esperança da vida em plenitude e eterna. Eis a felicidade que nos confere a descoberta de Jesus de Nazaré como «alimento».  
O cristão não deve temer nada e deve enfrentar toda a vida com a maior das liberdades. Porque viver toda uma vida cheio de medo e com desconfiança parece impossível, mas muitas vezes encontramos pessoas profundamente inquietas com o coração oprimido pelo medo e pelo desespero em relação ao futuro. 
A roupagem dos valores que São Paulo nos apresenta, liberta-nos e faz de nós homens e mulheres livres, prontos para a acção no mundo, porque acreditamos no Deus de Jesus Cristo, um Deus que é a total liberdade e não se deixa aprisionar por nada deste mundo. A Sua acção está sempre envolta em mistério e bate no coração de todos sem antecipação de espera e sem aviso prévio. A Sua liberdade é total e está dentro daquilo que dizemos sobre o Espírito Santo, que age onde quer, quando quer e em quem quer. Por isso, não façamos cerimónia e deixemos que a porta do nosso coração esteja sempre aberta para a chegada da visita tão ilustre, que é Deus e a Sua mensagem salvadora. A alma vigilante é aquela que está sempre preparada, para a surpresa da chegada do amor de Deus. Assim, a vida torna-se saborosa para todos os que semeiam no terreno dos dias os valores que Paulo nos aponta. Sejamos «imitadores de Deus».
José Luís Rodrigues

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