1. Mais uma loucura. Tantas capelas que por aí andam parcial ou totalmente degradas,
votadas ao abandono e outras que funcionam a tempo inteiro ou a meio gás a criarem sérios problemas... Teima-se em erguer
mais uma capela em tempos de penúria, quando se sabe de gente a passar fome.
Neste panorama há vontade de gastar para quê mais 400 mil euros para erguer uma
capela feia, sem justificação plausível só pela vaidade de se erguer mais um
mamarracho para perpetuar um momento histórico, a celebração dos 500 anos da
Diocese do Funchal e que ficará para receber mortos, sim, porque será um
espaço para a celebração de missas aos defuntos...
Serão feitos peditórios para este fim. Repare-se na joia que relata o catolicíssimo
Jornal da Madeira de hoje: «Nesse sentido, e aproveitando a grande afluência de
peregrinos nestes dias da Festa de Nossa Senhora do Monte (principalmente hoje
e amanhã) serão solicitados donativos, ofertas, no Largo das Babosas, num
espaço devidamente identificado pela paróquia, confirmou ao JM o Pe. Giselo
Andrade. Com a mesma intenção tem-se promovido também a “devoção dos primeiros
sábados”, com uma procissão entre a igreja do Monte e as Babosas. O custo total
das obras está orçado em 400 mil euros. O projecto de arquitectura, em traços
gerais, representa simbolicamente uma “vela ou chama”, sempre ”acesa”,
enquadrada no ambiente natural. A “novidade” está centrada numa espécie de
«triângulo», em referência às três Pessoas da Santíssima Trindade: «Pai, Filho
e Espírito Santo.» A comunidade espera receber alguns apoios institucionais e
outros dos católicos madeirenses em geral, uma vez que aquela capela está
relacionada com o empenho de toda a Diocese no 50.º aniversário (em 1904) da
proclamação do Dogma da Imaculada Conceição» (Jornal da Madeira, 14 de Agosto
de 2012).
A maior parte dos templos erguidos pela Madeira Nova ainda não foram pagos - lembram-se do mausoléu Igreja do Livramento?- Pois é, mas a sede de inaugurações tem de ter resposta, por isso, para que o burro não morra à beira do poço de sede, então a Igreja Católica da Madeira ajuda à festa, dá um empurrão, inventa capelas e outras obras para encher a vista dos incautos «patas rapadas» que alimentam a Madeira Nova com o seu voto. Façam-me um favor, moderem-se, porque os tempos são de penúria e sejam solidários com os padres que estão aflitos para pagar as dívidas astronómicas que a Madeira Nova lhes colocou nas costas.
A maior parte dos templos erguidos pela Madeira Nova ainda não foram pagos - lembram-se do mausoléu Igreja do Livramento?- Pois é, mas a sede de inaugurações tem de ter resposta, por isso, para que o burro não morra à beira do poço de sede, então a Igreja Católica da Madeira ajuda à festa, dá um empurrão, inventa capelas e outras obras para encher a vista dos incautos «patas rapadas» que alimentam a Madeira Nova com o seu voto. Façam-me um favor, moderem-se, porque os tempos são de penúria e sejam solidários com os padres que estão aflitos para pagar as dívidas astronómicas que a Madeira Nova lhes colocou nas costas.
2. Mas a Madeira Nova no seu melhor continua. Sabe bem ouvir e ler isto tendo em
conta «o céu aberto» em que os nossos «queridos» governantes tornaram a
Madeira.
«Há aqui algo misterioso que não sei se envolve a influência americana nos
Açores e ser uma zona que por razões estratégicas é exigido um certo recato». «É
uma situação nebulosa, sobretudo por uma certa omissão que se nota neste
período pré-eleitoral», disse, mostrando-se convicto de que os Açores não vão
sofrer os mesmos ataques de que a Madeira foi vítima. (Alberto João Jardim,
Jornal da Madeira, 13 de Agosto de 2012).
3. Mais uma pérola:
Num título a gordas, o jovem padre Giselo, pároco do Monte em festa, afirma
que a «crise não se nota tanto quando se fala de fé».
Mas, também se a crise é só material, então, estamos bem, muito bem quanto
à fé. Sim pelo restauro que de chãos que deram uvas antes do Concílio Vaticano
II, realmente, é para crer de verdade que a fé está viva, forte e recomenda-se.
Basta apreciar como a «nossa» igreja católica está tão forte de militância católica,
tão atenta aos sinais dos tempos, tão empenhada na renovação à luz do Concílio
Vaticano II, tão sofredora e quase mártir porque tremendamente profética na
opção preferencial pelos pobres, na denúncia das injustiças, despojada de bens
porque os coloca ao serviço de todos, tão transparente nas contas e no
património que pertence a todos os fiéis da Madeira, um clero dos mais cultos
do mundo, uma vibração espiritual que faz inveja a todas as igrejas
particulares do mundo, uma igreja cheia de coragem que não descansa no trabalho
que tem tido a resolver o grave problema que é o Jornal da Madeira, que passou
de Jornal Católico a órgão oficial de um partido político e ao serviço da perpetuação
de um homem no poder político e também religioso, por sinal. Finalmente, agora
na efeméride da celebração dos 50 anos de vida sacerdotal do Padre Martins
Júnior, com mais de metade suspenso ad divinis, encontramos uma igreja católica
a fazer jus ao seu nome, incansável a resolver este problema e a reintegrar uma
comunidade ostracizada pela loucura de antístes e governantes de Madeira Nova…
Um quadro fantástico, que nos ajuda imenso a compreender a frase do Padre
Giselo.
4. Outra pérola está na manchete do Dnotícias de hoje 14 de Agosto de 2012.
«A reformulação do concurso internacional para a construção do novo Cais do
Funchal vai ficar três milhões mais caros. O valor da obra passou dos 15
milhões (valor previsto) para os 18 milhões».
Perguntamos nós: de onde virão mais estes milhões… Será que «o céu aberto»
que é a Madeira fará cair do céu esta dinheirama toda? - Mais uma loucura em
tempos de penúria…
5. Depois de muita rega de palavras e «muita água perdida,
Pimenta de França, mesmo com os ânimos exaltados, esteve a explicar aos
agricultores o que está a ser feito pelo IGA para resolver os problemas do
abastecimento da água de rega».
Rebentaram com o
sistema da água de «giro» que congregava as populações, que se juntava para
organizar entre si a melhor forma de rega, de cuidar dos poços e das levadas.
Estes sabotadores do melhor que as nossas populações tinham, em nome da
ganância, do lucro e da criação de mais tachos desrespeitaram o nosso povo e
mandaram às urtigas essas formas espontâneas de amizade e solidariedade que
acompanharam o povo da Madeira desde os primeiros séculos. Mas em nome da
Madeira Nova, era preciso rebentar e rebentou-se com tudo o que fazia a alma de
um povo. Os ânimos já se exaltaram e será a meu ver apenas um cheirinho do que
virá a seguir em todos os sectores da nossa sociedade. Aguardemos…
José Luís Rodrigues
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