Mesa da Palavra
Comentário para a Missa deste domingo
Domingo da Sagrada Família de Jesus, Maria e José, 29 Dezembro de 2013
Neste
domingo da Sagrada Família de Nazaré somos convidados a pensar um pouco sobre a
família de hoje, os seus contornos e desafios diante da vida actual.
A
família continua a ser uma forma de crescimento humano e de educação
fundamental para a pessoa humana. Todos reconhecemos que a família actual está
a atravessar uma crise muito grave. É certo que assim seja, porque os problemas
que advêm daí estão à vista de todos. Porém, requer-se uma acentuada
intervenção na educação para que a família retome o seu lugar na sociedade.
Mais
reconhecemos que a família em crise arrasta consigo toda a sociedade. Cada vez
mais, reconhecemos que se todos os pais e todas mães fossem verdadeiramente
responsáveis pelos seus filhos a nossa sociedade estaria melhor e os problemas
não seriam tão graves no que diz respeito à convivência social.
A
todos é pedido que se empenhem na educação para que a família continue a ser a
principal escola de crescimento e de educação de todos os homens e mulheres,
dentro dos parâmetros que a antropologia a definiu. Caso não exista esta
consciência entraremos no caos e na perversão geral que tanto nos comove ou
escandaliza.
Todos
os problemas actuais de violência e de perversão sexual têm uma origem comum, a
família ou a ausência dela. Na maioria dos casos a origem radica no mau
ambiente familiar, isto é, são filhos de pais alcoólicos ou de mães
irresponsáveis que pura e simplesmente abandonaram os seus filhos.
Reparem,
ambientes familiares onde predomina a demissão frequente dos pais, a palavra
ensurdecedora e a pancada como único método de resolução de problemas e como
única forma de impor autoridade, só pode gerar gente insensível, violenta e
perversa sexualmente.
Por
isso, inspirados na Sagrada Família de Nazaré, concebemos que a família continua
a ter um papel fundamental na vida de todos os seres humanos. Quando se fala em
família, pode para alguns soar a um certo tradicionalismo ou até a um conservadorismo
do conceito de família do passado, mas longe estamos de querer defender o
autoritarismo de outros tempos, a falta de diálogo, a pancada dolorosa e os
gritos ensurdecedores de pais que se achavam donos dos filhos como se eles
fossem a força de trabalho e a garantia de um rendimento familiar mais gordo. Nada
disso. Trata-se de defender a família como lugar da felicidade e berço onde
crescem pessoas íntegras para vida, para o mundo, para a sociedade.
Quando
fazemos uma valorização da família, queremos lembrar que aí se aprende, o que é
pudor, respeito, o sentido das fronteiras entre o bem e o mal, o respeito pela
vida dentro de determinados padrões e a sexualidade como um bem essencial para
a partilha da vida e para o prazer. É aqui que queremos chegar. Se perante isto
entrarmos pelos habituais preconceitos e pelas acusações reincidentes de
epítetos de conservadorismo, todos perdemos e não chegaremos a um verdadeiro
entendimento sobre o caminho a seguir quanto ao que é e o que pode ser a
família em cada um de nós.
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