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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

A família em cada um de nós

Mesa da Palavra
Comentário para a Missa deste domingo
Domingo da Sagrada Família de Jesus, Maria e José, 29 Dezembro de 2013

Neste domingo da Sagrada Família de Nazaré somos convidados a pensar um pouco sobre a família de hoje, os seus contornos e desafios diante da vida actual.
A família continua a ser uma forma de crescimento humano e de educação fundamental para a pessoa humana. Todos reconhecemos que a família actual está a atravessar uma crise muito grave. É certo que assim seja, porque os problemas que advêm daí estão à vista de todos. Porém, requer-se uma acentuada intervenção na educação para que a família retome o seu lugar na sociedade.
Mais reconhecemos que a família em crise arrasta consigo toda a sociedade. Cada vez mais, reconhecemos que se todos os pais e todas mães fossem verdadeiramente responsáveis pelos seus filhos a nossa sociedade estaria melhor e os problemas não seriam tão graves no que diz respeito à convivência social.
A todos é pedido que se empenhem na educação para que a família continue a ser a principal escola de crescimento e de educação de todos os homens e mulheres, dentro dos parâmetros que a antropologia a definiu. Caso não exista esta consciência entraremos no caos e na perversão geral que tanto nos comove ou escandaliza.
Todos os problemas actuais de violência e de perversão sexual têm uma origem comum, a família ou a ausência dela. Na maioria dos casos a origem radica no mau ambiente familiar, isto é, são filhos de pais alcoólicos ou de mães irresponsáveis que pura e simplesmente abandonaram os seus filhos.
Reparem, ambientes familiares onde predomina a demissão frequente dos pais, a palavra ensurdecedora e a pancada como único método de resolução de problemas e como única forma de impor autoridade, só pode gerar gente insensível, violenta e perversa sexualmente.
Por isso, inspirados na Sagrada Família de Nazaré, concebemos que a família continua a ter um papel fundamental na vida de todos os seres humanos. Quando se fala em família, pode para alguns soar a um certo tradicionalismo ou até a um conservadorismo do conceito de família do passado, mas longe estamos de querer defender o autoritarismo de outros tempos, a falta de diálogo, a pancada dolorosa e os gritos ensurdecedores de pais que se achavam donos dos filhos como se eles fossem a força de trabalho e a garantia de um rendimento familiar mais gordo. Nada disso. Trata-se de defender a família como lugar da felicidade e berço onde crescem pessoas íntegras para vida, para o mundo, para a sociedade.
Quando fazemos uma valorização da família, queremos lembrar que aí se aprende, o que é pudor, respeito, o sentido das fronteiras entre o bem e o mal, o respeito pela vida dentro de determinados padrões e a sexualidade como um bem essencial para a partilha da vida e para o prazer. É aqui que queremos chegar. Se perante isto entrarmos pelos habituais preconceitos e pelas acusações reincidentes de epítetos de conservadorismo, todos perdemos e não chegaremos a um verdadeiro entendimento sobre o caminho a seguir quanto ao que é e o que pode ser a família em cada um de nós. 

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