Hospital sem mamografias. As listas de cirurgias
muito extensas porque não há o material adequado e os medicamentos necessários
para o efeito. Doentes aos gritos ensurdecedores durante a noite, porque falta
medicação adequada para aliviarem as dores. Falta roupa. Os familiares
obrigados a comprar medicação fora do hospital para tratar os seus doentes.
Haverá outras faltas, com toda a certeza.
A cada dia cresce o número de famílias com
fome. A emigração é já em massa. Uma confusão generalizada na solidariedade e
caridade. Quem precisa não é ajudado. Alguns que precisam pouco, aproveitam-se
e colocam-se à frente, curiosamente, têm sorte. O desemprego, uma calamidade. Água
potável cortada às famílias de forma insensível pela Câmara, também neste
aspecto se esperava alguma mudança. Quanto à luz na mesma linha de pensamento. Os
jovens vão para fora da Madeira e não voltam. Que sociedade, vamos ter daqui a poucos
anos? – Não há vontade nem condições materiais para gerar filhos. Falem com os casais jovens. Os idosos
condenados à morte. Há uma depressão e um desencanto tremendo.
No meio disto tudo os que rebentaram com
a Madeira teimam em manter de pé as mesmas políticas, os rancores com as
consequentes vinganças, a propaganda com continua a deitar poeira nos olhos.
Ninguém se revolta. Até ver, penso…
A seguir surgem alguns idosos sentados
em tronos de ouro e prata, apregoar que assim está bem. Este bem consiste no
seguinte, a maioria desgraçada e os poucos privilegiados, mesmo que indesmentivelmente
pesados com a idade ainda estão mais que iluminados para continuarem a (des)governar
sobre o caos que eles provocaram. Não merecemos saber das terríveis barbaridades
que se vão dizendo por aí. Sobretudo, se vem de gente insensível, que não
abdica de nada, que não se compadece nem muito menos se solidariza com os fracos.
Terrível que esta gente continue a ter palco e espaço para defender o indefensável. Chega…
Vão para casa cuidar dos netos e permitam que os mais novos se cheguem à frente
com a sua ousadia e criatividade. Seria o melhor serviço que esta gente prestaria
à desgraçada Madeira que estamos a viver.
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