Comentário à missa deste domingo, 1º advento, 30 novembro de 2014
Estar
vigilante é o apelo que nos toma de assombro logo no início do tempo do
Advento, palavra que significa vinda, chegada e que nos prepara para o grande
acontecimento do Natal de Jesus no presépio de Belém.
Há
uma pequena história que nos ajuda a pensar quanto precisamos de reconstruir o
mundo e que essa reconstrução entraria desde logo em acção se a pessoa humana
fosse reconstruída em cada dia da sua vida. O Advento alerta-nos para a
necessidade da renovação da existência.
Escutemos.
Um filho estava continuamente a incomodar o seu pai. Este, para distrair e se
libertar dele, pegou numa folha de um velho atlas onde se encontrava todo o
mundo; à escala muito reduzida, continha todos os continentes, países,
cidades... Cortou-o em pequenos pedaços e entregou-o ao filho para que as
compusesse. Pensou o pai: "levará muito tempo e assim deixar-me-á em
paz". Passados alguns minutos, a criança regressou com o mundo
perfeitamente ordenado. O pai, assombrado, perguntou-lhe: - Como é que
conseguiste compô-lo tão depressa?
-
Muito simples, pai. No reverso do papel estava desenhado um ser humano.
Reconstruí primeiro aquela pessoa e o mundo foi-se articulando por si mesmo.
O
Tempo do Advento, aquele tempo que nos prepara para o encontro com o homem
empoeirado, de barbas raladas e grandes, passando ao lado de um rio, que está
ali diante de mim. E Ele da outra margem faz-me um aceno afectuoso, certo que
em mim existe abertura suficiente para acolher uma graça, um dom ou uma
possibilidade de redenção.
Eis,
o tempo que nos prepara para o novo, o sempre novo da vida. Por isso, chegou a
hora para este mundo que parece andar perdido, nas entranhas tenebrosas do
medo, da insegurança, da corrupção, da tristeza e toda a miséria que corrói a
vida. Portanto, «vigiemos» para que possamos acolher o verdadeiro presente,
Jesus Cristo, o Salvador do mundo.
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